Abrace nossa vocação de ser a luz do mundo

Você já se perguntou por que temos tanta luz no Natal? Temos luzes nas árvores de Natal, nos presépios, em nossas casas, igrejas, prédios públicos, etc. Eu até vi a entrada de um cemitério iluminada durante o Natal. Então, qual é a conexão entre as luzes e o Natal?

Há luzes no Natal porque Jesus, a luz do mundo, nasce neste período de luz. Ele cumpriu as antigas profecias: “O povo que andava em trevas viu uma grande luz; sobre aqueles que habitavam na terra da sombra da morte resplandeceu a luz” (Is 9, 1). Jesus também aponta para Si mesmo como a única fonte dessa luz neste mundo: “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8, 12).

Como discípulos de Jesus que são chamados a levar Sua luz ao mundo, devemos refletir sobre a natureza dessa luz de Cristo e o que ela significa para nós.

A luz de Cristo chega até nós apenas através da intimidade com Cristo. Não temos essa luz em nós ou em qualquer outra pessoa, a não ser por meio Dele: “Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens” (Jo 1, 4). Se Jesus chama isso de “a luz da vida”, então simplesmente não podemos levar Sua luz neste mundo sem participar de Sua vida, vivendo em Sua graça e amor, como Ele nos convida a fazer: “Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós” (Jo 15, 4).

Este ponto tem sérias implicações para nós como discípulos. Nossa primeira tarefa como discípulos é buscar viver em estado de graça. Devemos buscar viver vidas santas, cheias do amor de Deus, antes mesmo de pensarmos em falar ou testemunhar sobre Jesus Cristo. Somente corações cheios de Sua vida de graça podem ser Suas testemunhas eficazes, capazes de comunicar essa vida e impactar os outros.

A luz de Cristo brilha sempre, especialmente nos momentos e lugares mais escuros: “O que veio a existir por meio Dele era a vida, e essa vida era a luz dos homens; a luz brilha nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela” (João 1, 5). A Palavra de Deus nos assegura que a escuridão em nossas vidas e no nosso mundo não pode impedir a luz de Cristo de brilhar intensamente. Pelo contrário, a presença da escuridão apenas serve para que essa luz resplandeça ainda mais.

Isso é uma fonte de alegre esperança para nós, discípulos de Jesus. Testemunhamos a escuridão do pecado e do erro em nossas vidas, na Igreja e no mundo. É tão fácil se tornar pessimista e esquecer a luz vivificante de Cristo que carregamos. Erroneamente pensamos que devemos primeiro dissipar toda a escuridão antes de darmos testemunho Dele. Na verdade, somos divinamente capacitados a levar a luz de Cristo nos momentos mais sombrios. Se nossos contemporâneos nos perguntam persistentemente em momentos de escuridão: “Onde está Deus?”, então talvez tenhamos deixado a escuridão prevalecer sobre a luz que carregamos.

Essa luz de Cristo não força ninguém, apenas convida e atrai. Essa luz pode ser rejeitada ou até mesmo resistida: “A verdadeira luz, que ilumina a todos, estava chegando ao mundo; Ele veio para os que eram Seus, mas os Seus O rejeitaram.” O nascimento de Jesus em uma manjedoura dá testemunho dessa rejeição por parte daqueles a quem Ele veio salvar.

Muitos podem escolher e de fato escolhem rejeitar essa luz de Cristo. Eles podem optar por fechar os olhos de seus corações para essa luz. Podem escolher ser obstinados no pecado e no erro. Nosso mundo está cheio daqueles que escolhem a escuridão em vez da luz. Mas essa luz não se impõe a nós: “Eu vim como luz ao mundo, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas” (João 12, 46). Ele brilha de maneira gentil e persistente enquanto respeita a nossa liberdade.

Nós, discípulos, seguimos a Cristo e abraçamos Suas palavras com liberdade e generosidade. Nós não estamos reclamando e lamentando Suas leis e mandamentos, nem as provações e sofrimentos que enfrentamos como Seus discípulos. Nós não nos desanimamos com a falta de resultados visíveis ao segui-Lo, nem com os custos do nosso discipulado. Nós não perdemos a esperança quando as pessoas nos perseguem ou rejeitam nosso testemunho. Nós também convidamos livremente os outros a experimentarem essa luz e não levamos a recusa deles para o lado pessoal.

Essa luz de Cristo é a coisa mais poderosa neste mundo. Ela pode nos transformar, pecadores, em filhos amados de Deus: “Mas a todos que O receberam deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus” (Jo 1, 12). Essa luz nos purifica de nossos pecados e nos permite viver para Deus como Seus filhos amados. Ela possui o poder de renovação interior e também o poder para uma vida santa.

Nunca poderemos experimentar o poder dessa luz de Cristo até permitirmos que ela penetre em nossos corações. Somente uma recepção humilde dessa luz nos permitirá experimentar o seu poder transformador. Além disso, só poderemos conhecer o poder dessa luz quando começarmos a viver como filhos de Deus.

Meus queridos irmãos e irmãs em Cristo, a luz de Cristo está presente e começou a brilhar na manjedoura de Belém. Foi o mesmo momento em que a vida da graça se tornou presente neste mundo, com seu poder para nos transformar completamente, “A graça de Deus se manifestou trazendo salvação a todos os homens. Ela nos ensina a renunciar à impiedade e às paixões mundanas e a viver de maneira temperante, justa e piedosa neste tempo” (Tt 2, 11-12).

Nós também recebemos essa luz de Cristo e Sua vida no momento do nosso batismo. Essa luz deve brilhar intensamente e se espalhar por todos os corações, não importa a escuridão que enfrentamos em nossas vidas e neste mundo. Nosso mundo pecador e despedaçado está muito necessitado dessa luz e dessa vida. Nós não podemos permitir que essa luz se apague por qualquer motivo, pois ela continua sendo para sempre a fonte de esperança, alegria e força para todos nós.

Jesus nos tornou a própria luz do mundo e nos comissionou a levar essa luz aos outros: “Vós sois a luz do mundo… Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai” (Mt 5, 16).

Jesus, a única luz do mundo, renova Sua luz dentro de nós em cada Eucaristia, para que nossa luz nunca se apague e possamos ajudar os outros a manterem suas próprias luzes brilhando intensamente também.

Glória a Jesus! Salve Maria!

Autor: Padre Nnamdi Moneme.

O Padre Nnamdi Moneme é um Padre Católico Apostólico Romano dos Oblatos da Virgem Maria, atualmente em missão nas Filipinas. Ele atua no Ministério de Retiros das Congregações e na Casa de Formação para noviços e teólogos em Antipolo, Filipinas. Ele mantém um blog em www.toquenchhisthirst.wordpress.com.

Fonte: Catholic Exchange

Traduzido por Lettícia Payne – Membro da Rede de Missão Campus Fidei, servindo no Núcleo de Revisão e Tradução, além de atualmente participante do Grupo de Estudo YOUFAMILY em Brasília – DF.

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