SACRIFÍCIO – o real significado do Matrimônio

O motivo de muitos casamentos não “funcionarem”, por assim dizer, reside na esperança que os esposos não poucas vezes depositam no lugar errado. Muitas pessoas têm se unido com a finalidade de satisfazer a si mesmas. Assim, quando surgem as primeiras dificuldades, os primeiros desarranjos, o casal entra em crise e quer se separar. Trata-se, sem dúvida, de um problema de fé. A pessoa crê firmemente que se casou para “ser feliz”. Assim, se o seu cônjuge não passa de um obstáculo no caminho rumo a esta “felicidade egoísta”, nada resta senão descartar de modo definitivo esta pessoa – como se descarta um objeto mesmo.

Neste conflito, sequer os filhos constituem um empecilho para que os pais se divorciem. Afinal, se o que importa é a felicidade deles, o importante são eles, nada mais. Não é que os pais que se divorciam não se preocupem com seus filhos. É que eles estão muito preocupados consigo mesmos para pensar em outra coisa que não seja… eles mesmos.

O verdadeiro amor é totalmente o contrário deste anseio desordenado de autossatisfação. Ensina São Josemaría Escrivá:

 Às vezes, fala-se do amor como se fosse um impulso para a satisfação própria, ou um simples recurso para completarmos em moldes egoístas a nossa personalidade. E não é assim: amor verdadeiro é sair de si mesmo, entregar-se. O amor traz consigo a alegria, mas é uma alegria com as raízes em forma de cruz. Enquanto estivermos na terra e não tivermos chegado à plenitude da vida futura, não pode haver amor verdadeiro sem a experiência do sacrifício, da dor. Uma dor que se saboreia, que é amável, que é fonte de íntima alegria, mas que é dor real, porque supõe vencer o egoísmo e tomar o amor como regra de todas e cada uma de nossas ações”. (É Cristo que passa, n. 43)

Uma das passagens divinamente inspiradas mais belas é aquela em que São Paulo compara o vínculo conjugal ao amor de Cristo pela Igreja. “As mulheres sejam submissas a seus maridos, como ao Senhor, pois o marido é o chefe da Igreja, seu corpo, da qual ele é o salvador” (Ef 5, 22-23), diz o Apóstolo. “Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela” (5, 25).

“Como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela”. E como Cristo amou a Igreja? “Tendo amado os seus que estavam no mundo“, diz São João, “amou-os até o fim” (Jo 13, 1): não só até o fim de sua vida, mas “até o cume de toda a possibilidade de amor (…), até à extrema exigência imposta pelo amor”. No altar do Calvário, consuma-se o sacrifício de uma vida inteira doada por amor: a entrega de Jesus pelos Seus, pela Igreja. É, sem dúvida, um amor alegre, mas revela-se “em forma de cruz”.

No altar do leito conjugal e da convivência diária, do mesmo modo, consuma-se outro sacrifício de amor: a entrega matrimonial. Esta também é uma bela oferta, que “traz consigo a alegria”, mas, sem dúvida, não é fácil de ser feita. Assim como foi difícil para Jesus encarar o sofrimento da Cruz, nesta vida, os filhos de Deus que se unem em matrimônio também são chamados a entrar no Getsêmani. No horto das Oliveiras, há quase dois mil anos, Jesus “entrou em agonia (…) e seu suor tornou-se como gotas de sangue a escorrer pela terra” (Lc 22, 44). No vale de lágrimas que é o mundo, hoje, os casais são chamados a doar as suas vidas, renunciando a si mesmos em prol do outro e dos seus filhos.

O matrimônio não foi feito para que um indivíduo se faça feliz. Ele foi concebido para que o homem e a mulher, fazendo-se instrumentos do amor divino, daquele amor com que Cristo amou a Sua Igreja, façam-se felizes, um ao outro. O casamento cristão não foi instituído para o egoísmo, mas para a formação da família, pela qual os pais devem se gastar, dia após dia, como Jesus se gastou pelos Seus.

Que os casais de namorados, noivos e esposos não percam de mente estas palavras, que devem moldar a vida conjugal: “Não pode haver amor verdadeiro sem a experiência do sacrifício“.

Por: Equipe Christo Nihil Praeponere

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