Dando continuidade à nossa reflexão sobre a LITURGIA hoje queremos nos deter em um aspecto dessa dimensão celebrativa da fé professada: a Oração. No artigo anterior, vimos que a Liturgia é o lugar privilegiado do encontro dos cristãos com Deus e com aquele Ele enviou para nos redimir, Jesus Cristo. No Catecismo da Igreja Católica lemos assim: “Cada celebração sacramental é um ENCONTRO dos filhos de Deus com o seu Pai, em Cristo e no Espírito Santo. Tal encontro exprime-se em como um diálogo, através de ações e de Palavras” (CIC 1153).
Quando falamos da relação de diálogo que esse encontro favorece, vemos que a primeira exigência, por assim dizer, de uma boa celebração litúrgica é que ela seja uma Oração, um diálogo com Deus, numa postura primeira de escuta e depois de resposta tanto no Salmo Responsorial, como na oração da Igreja e na Oração Eucarística. A Liturgia é ação divina. Deus age e nós respondemos a Ele.
Interessante notar que quando vamos participar de uma Liturgia, especialmente da Missa, temos à nossa disposição as palavras que o próprio Deus concedeu à Sua Igreja. Sim, por meio da riqueza da Liturgia usamos as palavras mais adequadas para rezar, isto é, dialogar com Deus e estreitar o nosso coração ao d’Ele. Uma conversa de coração para Coração. Por isso, nesse diálogo um elemento fundamental é que “elevemos os nossos corações ao alto”, para fora do enredo das preocupações e distrações e dirigir-se tão somente ao Senhor que se encontra no meio de nós. Todo o mistério da redenção atualizado e comunicado por meio do Espírito Santo na Liturgia, nos ensina o Catecismo, “prolonga-se no coração de quem reza. Os Padres Espirituais comparam por vezes, o coração a um altar” (CIC 2655). Que mistério mais fascinante! Considerando essa grandeza que nos desconcerta é que o Papa Emérito Bento XVI numa das suas Catequeses, nos ensina que “só celebramos e vivemos bem a Liturgia, se permanecermos em atitude orante, se orientarmos o nosso coração para Deus, unindo-nos ao Mistério de Cristo e ao seu diálogo de Filho como Pai, e não se quisermos realizar algo.”
Gosto de um interessante ensinamento que o YOUCAT no número 166 nos traz. Ele resume bem a nossa partilha de hoje: “cada celebração litúrgica é como um ponto de ENCONTRO DE AMOR que Deus escreve na nossa agenda; quem alguma vez já sentiu o amor de Deus comparece com todo o prazer; e quem comparece, mesmo sem sentir nada durante algum tempo, revela a Deus a sua fidelidade.” Na celebração dos mistérios cristãos acontece “o nosso encontro com Jesus Cristo no tempo. Até o fim dos dias, Ele está presente na Sua Igreja. A Liturgia enquanto serviço divino, é o encontro mais profundo com Ele.” (YOUCAT 165). Não percamos tempo de nos encontrar com Deus! Ele sempre nos espera em cada celebração litúrgica, sobretudo a da Missa. Não percamos tempo! Perder tempo é perder almas, a começar pela nossa! Ele sempre nos espera! Corramos ao seu encontro!!!
Para se aprofundar mais:
- BÍBLIA: Mt 18, 20; At 2, 42
- CATECISMO: 1077 a 1112;
- COMPÊNDIO do Catecismo: 218 e 219;
- YOUCAT: 166 a 171;