Liberdade para ser autenticamente VOCÊ

Conforme eu me sentei no sofá dos meus avós como uma criança, eu me lembrei claramente daquela sensação desagradável de plástico nas minhas pernas. Acho que todos nós temos uma memória da camada de vinil que cobre um sofá de mais de uma década enquanto ele lentamente desaparece embaixo do plástico. Mas se você quiser minha opinião sobre essa prática, vou resumi-la no seguinte: O plástico feio cobrirá o lindo sofá. Por que? Para proteger o lindo sofá, mas o plástico feio torna o lindo sofá… feio.

Moral da história: sou avidamente contra as proteções de plástico para sofás… BRINCADEIRA.

Na verdade, o que essa (estranhamente específica) experiência nos mostra é que, como seres humanos, estamos dispostos a sacrificar o conforto e a autenticidade pela “beleza”.

Da mesma forma, nesse nosso mundo revestido de plástico, muitas vezes sentimos que precisamos desse filme plástico para sermos considerados bonitos. Sentimo-nos mais seguros quando temos uma barreira que nos permite ser vistos, mas não tocados. Eu perpetuei por anos a ideia de que a única maneira de ser amada era me conformar e, então, talvez, eu seria aceita – mesmo que fosse às custas da minha própria autenticidade.

Uma verdade que descobri foi que, quer eu fosse elogiada por ser uma impostora ou rejeitada por ser eu mesma, a verdadeira liberdade sempre vinha desse último.

A questão era: como eu poderia revelar quem eu realmente sou, não apenas para os outros, mas para mim mesma? Como posso viver a vida que Deus criou para todos nós vivermos – sem duplicidade ou malícia?

Autoanálise + análise de Deus

O processo de autodescoberta dura a vida toda, mas nunca será verdadeiramente concluído até que primeiro descubramos quem é nosso Deus. Nossa própria beleza refletida no espelho não pode nem mesmo ser totalmente abraçada até que primeiro reconheçamos o Doador de todas e cada uma de nossas imperfeições, porque “até os cabelos de vossa cabeça estão todos contados.” (Mt 10, 30)

Visto que temos um Deus que conhece intimamente todos os detalhes de quem somos e seremos, descobriremos que o fruto de um relacionamento com Ele é compreender mais sobre nós mesmos.

O tempo em uma conversa intencional com Ele mudará tudo. Nos momentos em que não somos aceitos por mais ninguém, descobriremos que, diante de Sua presença eucarística, Ele nos olha com amor e compreensão profundos e íntimos, como um pai olhando para seu filho. Esse amor profundo vai nos conjurar a despir as qualidades que nos possuem, ao invés de nós as possuirmos, e isso nos desafiará a dar um passo adiante para viver a vida de verdadeiros cristãos da forma a que formos chamados, e isso nos permitirá entender por que Ele nos criou dessa maneira.

Os momentos de “a-ha!” nunca vieram muito naturalmente para mim, mas cada segundo que passamos com Cristo, Ele está curando nossos corações, ajudando-nos a descobrir como utilizar esses dons únicos que cada um de nós possui, de acordo com a Sua vontade.

A beleza em VOCÊ

“As qualidades das quais mais nos envergonhamos, aquelas que sempre tentamos remodelar ou esconder, são na verdade a chave para encontrar a verdadeira alegria”. (Ken Page)

Que reviravolta na história! A simples ideia de que o que consideramos “nossas fraquezas” são na verdade uma parte de nós… intencionalmente.

Aplicando isso à minha própria vida: eu sempre tive vergonha da minha risada. Eu tenho uma risada alta e acho muitas coisas engraçadas, então, por medo de que fosse um aborrecimento para os outros, comecei a suprimi-la. Por causa da ansiedade que sentia nessas situações, eu propositalmente privava os outros da beleza que era minha alegria. Agora eu percebo que o humor é um dom.

A verdade é que cada parte que você suprime é uma qualidade necessária que Deus deu especificamente a você. O dom da estranheza, falar baixo e gastar muito tempo escrevendo um artigo de blog – são apenas alguns dos meus dons não convencionais, mas muito necessários. No momento em que finalmente começarmos a vê-los assim, nos tornaremos verdadeiramente vivos.

NÃO se conforme

Por boa parte da minha vida, eu acreditei que tinha o dom da “bilocação da personalidade”… Em outras palavras, eu apenas era católica e tinha duas caras.

Eu vivia uma vida estilo Hannah Montana, na qual eu era a garota que se relacionava a qualquer custo na escola, mas quando o domingo chegava, eu me transformava em uma pessoa aparentemente santa, o que causou uma divisão massiva em meu coração – uma divisão entre Cristo e o mundo.

Lembro-me de ouvir uma homilia do meu pároco, Pe. David Rider, que mencionava esta frase incrivelmente simples: “Seja em público quem você é em privado”.

Isso desencadeou em mim este exame de consciência que eu sugiro que você faça por si mesmo:

  • Sou na escola quem eu sou em casa?
  • Sou com meus amigos quem eu sou com a família?
  • Sou na igreja quem eu sou sozinho no meu quarto?

Se você respondeu “não” a qualquer uma dessas perguntas, então seu coração está procurando por essa estabilidade. Está ansiando pela liberdade de ser verdadeiramente “você”, sem quaisquer influências de pessoas, lugares ou coisas.

Eu vou deixar com você uma oração que escrevi para momentos em que não consigo encontrar a liberdade de ser eu mesma e me sinto tentada a me adaptar para me encaixar:

Jesus, um simples olhar para a cruz é a prova do quão autêntico é o Teu amor. Que isso seja um sinal seguro para que não busquemos outra coisa senão a isso, a autenticidade. Nos momentos em que o espírito de comparação toma conta de nós, traga-nos de volta à realidade de como Você criou cada um de nós de maneira linda e única e nos liberte de quaisquer laços que nos impedem de experimentar Seu chamado universal ao amor.

Estou rezando por você!

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Autor: Alanis

Alanis é uma nova-iorquina que passou 4 anos na indústria da beleza maquiando as mulheres do Upper East Side. Deus trabalha das maneiras mais engraçadas quando, depois do trabalho, ela frequentou o Catholic Underground, onde ela (nem tanto) coincidentemente se sentou em frente aos missionários do The Culture Project. Como uma pessoa que é tão apaixonada pelo movimento pró-vida, ela se perguntou se havia uma maneira de alcançar essas amadas mulheres antes que o aborto pudesse se tornar um pensamento. A mensagem de dignidade humana e integridade sexual que The Culture Project perpetua tão legitimamente entre os jovens, é onde ela encontrou exatamente isso.

Fonte: The Culture Project

Traduzido por Angela – Membro da Rede de Missão Campus Fidei, servindo nos Núcleos de Tradução e Comunicação, além de atualmente coordenar o Grupo de Estudo Online Santa Teresa de Calcutá.

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