“Quando se decidir firmemente a viver uma vida pura, a castidade não será um peso para você. Será uma coroa de triunfo”. (São Josemaria Escrivá)
A castidade é a virtude de encontrar e viver o amor no contexto da sexualidade. As virtudes nos apontam para a perfeição da vontade que controla nossas ações e paixões. Estas, por sua vez, nos levam à felicidade, estabilidade, espontaneidade e segurança. João Paulo II uma vez disse que “a castidade só pode ser pensada em associação com a virtude do amor.” [1] Nas encruzilhadas entre a cultura da vida e a cultura da morte, a virtude da castidade aponta para a pureza, a criatividade e a segurança. Deus nos dá um dom de pureza de coração se nós amamos e guardamos seus mandamentos (Jo 14, 15), pois a castidade e o autodomínio são um dom do Espírito Santo (Gal 5, 23-24). Essa pureza pode ser alcançada como fruto da oração, especialmente quando se pede essa virtude a Deus com humildade.
Ao promover a virtude da castidade, é vital transmitir que a virtude da pureza não é primeiramente um “NÃO” para o sexo fora dos planos de Deus, mas antes de tudo um “SIM” para o amor autêntico. A virtude da pureza primeiramente e acima de tudo afirma e celebra a bondade dos nossos corpos e o dom do sexo. Não é uma repetição repressiva de um “não”, mas um contínuo “sim” a Jesus. Maria nos oferece o exemplo perfeito de amor e obediência ao dizer: “Seja feito segundo a vossa vontade” (Lc 1, 38). Quanto mais imitamos seu “sim”, mais alegria e paz deixamos entrar em nossas vidas. Se não somos capazes de dizer “não” ao sexo [fora dos planos de Deus], de que vale nosso “sim”?
Viver uma vida de castidade autêntica significa que será bem mais fácil cuidar e alimentar seu futuro casamento do que prazeres passageiros. Viver uma vida casta nos relacionamentos ajuda os casais a expressar a intimidade de modo que não é necessariamente físico. Essa intimidade ajuda as pessoas a serem elas mesmas. Uma intimidade não sadia faz os casais se sentirem como se estivessem perdendo sua identidade.
Mais do que tentar viver a vida tentando não ofender a Deus, devemos viver a vida tentando glorificá-lo. Cada um dos atos de nossas vidas pode ser considerado um ato de louvor a Deus. As leis de Deus existem porque Ele nos ama e deseja que participemos desse amor. Devemos nos concentrar no “sim” ao amor verdadeiro, mais do que ficar obcecado em dizer “não” ao pecado. Deus inventou o sexo; Ele nos criou. É por isso que “Quando você decide viver uma vida santa, a castidade não vai ser um peso para você: será uma coroa de triunfo.” [2]
Não existe “camisinha” para o coração nem para a alma. A própria definição de tentar fazer “sexo seguro” é uma total contradição de termos. O sexo foi criado para ser uma doação total de vida, de si mesmo. “Segurança” normalmente é um ato contra um inimigo, e não contra uma pessoa amada de convívio mais próximo. Uma barreira no relacionamento é um obstáculo à comunicação e à intimidade.
Uma vida casta é livre da poluição e da esterilidade da cultura da morte. O grande segredo que as pessoas jovens precisam descobrir é que a castidade é recompensadora, cheia de alegria, e favorece uma verdadeira experiência de amor! Os corações dos jovens sentem um “desejo de uma generosidade maior, mais comprometimento, um amor maior. Esse desejo por mais é característico da juventude; um coração que está no amor não calcula, não inveja, que dar de si mesmo sem medida.” [3] Sem dúvida esse amor requer sacrifício e pode ser exigente, às vezes.
Programas de educação sexual devem transmitir a ideia de que o sexo é belo e bom dentro dos limites do matrimônio. Deve ser ensinado que o objetivo do sexo é o estreitamento dos laços e da união entre o casal e a procriação de filhos. Devem também ressaltar os problemas e perigos da fornicação, e explicar e informar a distinção entre amar e usar alguém. Viver autenticamente na castidade e na pureza é uma coisa que não pode ser imposta através do medo, circunstâncias, ou escondendo fatos. Esses pontos não são uma boa introdução para a compreensão de uma vida casta. Os jovens e adolescentes estão cada vez mais sendo educados pela mídia, que não necessariamente tem em mente o melhor interesse de seus espectadores. Os pais e os responsáveis devem ser os guardiões de um uso responsável da mídia por parte dos filhos.
Viver uma vida casta verdadeiro traz liberdade, respeito, amizade, segurança e romance. Enquanto uma forma de autodomínio e temperança, nos ajuda a imitar a fidelidade de Deus e nos ajuda a amar com ternura. George Weigel disse que a Teologia do Corpo, de João Paulo II é uma “bomba relógio teológica”, esperando para ser detonada, e minha esperança sincera é que seus ensinamentos sejam progressivamente descobertos e vivenciados neste século XXI. O aprendizado desses ensinamentos por parte das novas gerações as ajudará a amar as outras pessoas ao invés de usá-las, ajudará a prevenir a destruição da vida humana, e também evitar que os corações sejam feridos e machucados.
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[1] Karol Wojityla, Amor e Responsabilidade, Collins and Son publishers, London, 1981, p170.
[2] Josemaria Escriva, Caminho, Holy Purity, no. 123.
[3]Pope John Paul II, address, 18 May 1988, Asuncion, Paraguay. As quoted by Pedro Beteta.
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Por Robert Colquhoun Traduzido de http://catholicexchange.com/2010/10/06/134698/