Por Andrew – EUA
Desde minhas memórias mais antigas, eu preferiria ter nascido menina.
Eu amava as roupas delas, o suave modo de agir, e como elas pareciam ser tratadas com mais brandura do que os garotos. Essas eram minhas percepções e, como eu era uma criança sensível, o meu coração profundamente tinha esse desejo. Via meninos aterrorizando crianças mais novas no parquinho de brinquedos e na creche (ambos pareciam ser uma combinação de “O Senhor das Moscas” [livro de William Golding] e “Jogos Vorazes”). Tudo que eu sabia era que não queria ser um “moleque” como eles.
Explorando a feminilidade
Nos primeiros anos de minha adolescência, comecei a realmente pensar sobre ser uma menina. Com alguma regularidade, vestia-me com roupas femininas e fantasiava sobre isso o máximo que podia. Esse desejo estava quase sempre conectado à masturbação, e, por causa disso, vestir-me como menina tornava-se ainda mais viciante. E as boas sensações que tinha por meio dessa situação só serviram para, mais tarde, reforçar em mim a ideia de que ser uma menina me faria feliz.
Vale ressaltar que meus pais me falavam sobre o valor e a dignidade de ser menino. Porém, essa afirmação não se encaixava com a minha concepção de o que significava ser um rapaz. Eles fizeram o melhor, mas minhas percepções tinham sido modeladas por muitas outras influências externas. Isto é, sentia-me que não me encaixava naquilo que aprendi (no mundo) sobre o que um homem deveria ser.
Olhando para meu passado, vejo como meu entendimento sobre o que significava ser um menino ou uma menina estava ancorado meramente em minhas percepções sobre masculinidade e feminilidade. Porém, elas eram concepções vagas, completamente sujeitas às loucuras da minha imaginação!
Honestidade consigo mesmo
Com o tempo, comecei a perceber que me vestir com roupas de meninas e me masturbar era meramente um mecanismo de defesa para evitar que eu enfrentasse meu maior medo: eu mesmo. Eu não era feliz, ainda que excentricamente eu desse essa impressão a muitas pessoas. Felizmente, fui aprendendo a confiar em Deus ao mesmo tempo em que fazia a opção por parar de fugir de mim mesmo. Ele estava comigo sempre que eu abria meu coração para Ele. Ele permitiu que desmoronasse o castelo de cartas que construí, formando uma pilha desordenada aos pés da Cruz. E ele me segurou em seus braços.
E foi aí que a alegria começou a preencher meu coração. Deus gentilmente me afastou do costume de me vestir como menina e da masturbação, e me conduziu aos rios de Seu infinito amor por mim. Ele me afastou da vivência em minhas próprias feridas, para que eu vivesse Nele!
Voltando para casa
Deus me revelou quem sou eu fora das sombras desse mundo; além de todas e quaisquer realidades mundanas – de identidade ou outras. Essas trevas, com as quais costumava me envolver, só atrapalharam o resplandecer de Sua presença celestial! Eu experimentei a alegria de ser levantado dessas sombras, e isso inscreveu em meu coração um profundo desejo, de todo o coração, de ver a mim mesmo, antes de tudo, através Dele, e não mais em relação aos meus interesses/atividades, ou atrações/inclinações experienciadas.
É por isso que eu não mais me identifico como transgênero, ex-transgênero, ou até mesmo cis-gênero, porque sustento o belíssimo dom da sexualidade, dado por Deus! Eu escolhi (finalmente) devolvê-lo a Deus, enquanto caminhava, junto dele, para além do arco-íris, de uma vez por todas. E hoje, sei que o Senhor está me chamando a uma Santa Vocação. Pode ser o casamento – com a Igreja ou com uma esposa do sexo oposto! E eu aprendi que minha experiência de vida não me exclui, automaticamente, dessa possibilidade!
Minha esperança
Espero, apenas, que as pessoas abram seus corações à alegria e à liberdade que eu, hoje, vivencio.
Hoje, sei que sou Seu filho; Seu menino; e pertenço à Igreja Católica.
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Andrew é membro do Courage e palestrante católico, levando a mensagem de alegria e de castidade a igrejas, escolas e universidades, tanto no Canadá quanto nos Estados Unidos. Ele também é colaborador do site “Persuit of Truth Ministries”. Pode ser contatado no e-mail [email protected]
O COURAGE é um apostolado internacional da Igreja Católica, recomendado pelo Pontifício Conselho para a Família, constituído por sacerdotes e leigos e que atua nos EUA, no Brasil e em outros diversos países ao redor do mundo ajudando e servindo às pessoas que têm atração pelo mesmo sexo a viverem casta e dignamente sua condição de filhos e filhas de Deus.
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Fonte: Chastity Project com permissão de Jason Evert ©
Traduzido por Tiago Veronesi Giacone – Voluntário na Rede de Missão do YOUCAT BRASIL nos Núcleo de Tradução, Clube de Leitura YOUCAT e membro do Grupo de Estudo YOUCAT DATING em Brasília – DF.