Santa Mônica: as lágrimas fecundas de uma Mãe

Muitas mulheres católicas admiram Santa Mônica por conta da profunda devoção que ela teve a Deus em seu casamento e na criação dos seus filhos. Ela é uma guia para aqueles que sofrem com problemas conjugais ou com filhos que caíram na Fé e vítimas de abuso verbal e infidelidade. Ela também é a santa patrona dos alcoólatras e da cidade de Santa Mônica, na Califórnia, que foi nomeada depois dela. Celebramos a festa de Santa Mônica em 27 de agosto.

Mônica nasceu em Tagaste, no norte da África, perto do ano 332. Foi criada por pais cristãos e uma serva. A serva da casa não deixava as crianças beberem muita água, com medo de que começassem a gostar de beber vinho. Quando pequena, Mônica ia à adega servir seus pais com uma taça de vinho, e também bebia um pouco – por vezes até um copo cheio! Sua serva descobriu o que ela fazia e a repreendeu. Mônica percebeu suas faltas e se arrependeu, o que a ajudou em seu retorno a Deus e a ser batizada.

Apesar de Mônica ter sido criada como uma cristã, seus pais a deram em casamento a um pagão, Patrício, um respeitado cidadão de sua cidade-natal Tagaste. Mônica viveu com seu marido e sua sogra durante seu matrimônio. Patrício tinha um temperamento violento e era depravado. Mônica sofreu com a infidelidade dele, mas se recusava a reclamar. Embora Patrício criticasse Mônica por viver uma vida de caridade e piedade, ele a respeitava. Quando outras mulheres da cidade reclamavam de seus maridos, Mônica nunca tomava parte da conversa e sempre as interrompia. Ela finalmente pôde influenciar seu marido e sua sogra a se converterem ao Cristianismo e a serem batizados, um ano antes da morte de Patrício.

Frustração e Artimanhas 

Patrício e Mônica tiveram três filhos, que sobreviveram à infância. Seu filho mais velho foi o famoso Santo Agostinho, e os outros se chamaram Navigio e Perpétua. Através do exemplo de amor piedoso de sua mãe, Navigio se tornou um monge e Perpétua uma freira, e posteriormente uma abadessa. Agostinho por outro lado era interessado em retórica. Patrício estava orgulhoso por Agostinho ter iniciado o aprendizado clássico bem novo porque sentia que isso o ajudaria a ter uma carreira de sucesso no mundo.

O interesse de Patrício na Fé no ano anterior à sua morte, porém, ajudou a despertar também o interesse de Agostinho em Cristo. Infelizmente, quando Patrício morreu Agostinho tinha somente dezessete anos e era fortemente influenciado por suas companhias. Começou a seguir a heresia maniqueísta, que afirmava que toda a carne era má e rejeitou a Bíblia em favor de um caminho secreto para a salvação. Agostinho arranjou uma amante, com quem teve um filho, mas os dois não puderam se casar porque ela era de uma classe social mais baixa.

Mônica estava decepcionada com seu filho e derramou mais lágrimas por ele do que por uma criança falecida. Por certo tempo, ela não permitia que ele comesse ou dormisse em sua casa. Então, uma noite ela teve uma visão de que seu filho retornaria à Fé. Assim, ela permaneceu próxima dele, orando e jejuando. Agostinho não gostava de ter sua mãe devota por perto, então tentou fugir. Aos 29 anos, ele decidiu ir à Roma para ensinar retórica. Mônica estava determinada a acompanhá-lo a Roma. Uma noite, Agostinho disse à sua mãe que iria às docas se despedir de um amigo, mas ao invés disso entrou ele mesmo num barco e navegou até Roma. Essa artimanha quebrou o coração de Mônica, mas ainda assim ela o seguiu.

Mônica e Santo Ambrósio 

Enquanto Agostinho estava em Roma, ficou muito doente – ao ponto em que estavam preparando para batizá-lo. Através das orações e lágrimas de sua mãe, Agostinho teve uma recuperação milagrosa, mas quando se recuperou, escolheu não ser batizado.

Quando Mônica finalmente chegou à Roma, descobriu que Agostinho tinha viajado para Milão. Apesar da jornada difícil, Mônica seguiu atrás dele. Em Milão, Agostinho esteve sob a direção de Santo Ambrósio, bispo da cidade. Na mesma época, Santo Ambrósio se tornou diretor espiritual de Mônica. Ela humildemente aceitou seu conselho de desistir de certas práticas que tinham se tornado uma segunda natureza para ela. Durante seu tempo em Milão, ela se tornou uma líder devota de um grupo de mulheres, assim como havia feito anteriormente em Tagaste, sua cidade-natal.

Mônica continuou rezando por Agostinho com o passar dos anos, por instrução de Santo Ambrósio. Na Páscoa de 387, Agostinho foi batizado junto de seus amigos. Mônica ficou radiante com isso e tratou os amigos recém-batizados como família. Ela inclusive escolheu uma moça católica incrível para Agostinho se casar. Para a alegria de Mônica, Agostinho tinha suas próprias intenções de entregar sua vida a Cristo pelo sacerdócio!

Das Lágrimas para a Santidade 

Santa Mônica sempre passou sua vida, enquanto casada e viúva, levando os incrédulos a Cristo. As mulheres de hoje são encorajadas por sua devoção a Deus através da sua luta conjugal, das implacáveis orações e pela boa-nova de seu filho Agostinho, que havia se afastado.

Pouco depois de Agostinho ter anunciado suas intenções de entrar para uma vida de celibato, Mônica não tinha razões para ficar neste lado do paraíso; seu trabalho na terra estava completo. Ela teve febre em Óstia, Itália, e pediu para que seu corpo fosse sepultado lá. Logo então faleceu, no ano de 387. Seu filho Navigio queria sepultá-la em sua cidade-natal Tagaste, no norte da África, mas decidiu honrar os desejos de sua mãe de ser enterrada na cidade em que morreu, já que era somente uma viajante para o céu.

Santa Mônica morreu na presença de seus filhos em Óstia. Seu filho rebelde, Agostinho, tornou-se um grande santo, e também um sacerdote, fundador de muitos mosteiros, Bispo de Hipona, um grande teólogo, e um dos maiores doutores da Igreja. As meditações de Agostinho em sua jornada espiritual são encontradas em seu livro Confissões, onde lemos que ele chorou amargamente por sua mãe, porque ela derramou lágrimas demais por sua salvação. O corpo de Santa Mônica foi depois transportado para Roma, pelo Papa Martinho V, em 1430, onde agora ela é venerada pelos fiéis. 

Muitas mães hoje sentem a dor que Santa Mônica sentiu ao ver seus filhos perderem a Fé. Nela, elas encontram uma poderosa intercessão e um exemplo de que, na providência de Deus, as lágrimas intermináveis de uma mãe piedosa podem levar seus filhos de volta não só à Igreja, mas a um alto nível de santidade.

Santa Mônica, rogai por nós!

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Autor: Katie F. Ruszala

Katie é uma esposa e mãe de Nova York. Ela trabalhou profissionalmente como ministra jovem, diretora de formação na fé e professora de religião. Ela gosta de ministrar com seu marido Michael e tem bacharel em teologia pela Universidade Ave Maria na Flórida, onde escreveu sua tese sobre transubstanciação.

Fonte: Site Ascension

Traduzido por Gabriel Dias – Membro da Rede de Missão Campus Fidei.

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