O que a Imaculada Conceição tem a ver com o Advento


Meu instinto de “construir um ninho” disparou com força total, e a casa e meu calendário estão repletos de preparativos para o Natal. No meio de tudo isso, a Imaculada Conceição me recorda que toda a limpeza, as comidas e as compras deveriam refletir algo ainda maior dentro de mim: a preparação para a vinda de Cristo no meu coração.

Quando nos encontramos com Maria na solenidade da Imaculada Conceição ela já é imaculada, já coroada de glória. Consideramos sua pureza garantida: ela é a mãe de Deus, afinal! Mas pense, por um minuto, no que foi necessário para Deus fazer sua morada e assumir para si um corpo humano:

Nossos primeiros pais andaram no Jardim do Éden com Deus, mas a Queda acabou com essa comunhão. Espadas de fogo bloquearam o caminho para a Árvore da Vida e, desde então, ninguém poderia se aproximar de Deus sem uma preparação.

“Tire as sandálias dos pés”, Deus disse a Moisés de dentro da sarça ardente (Ex 3,5).

O Senhor mandou do monte Sinai:

“Vai, e desce; depois subirás tu e Aarão contigo. Os sacerdotes, porém, e o povo não ultrapassem os limites para subir a Iahweh, para que não os fira.” (Ex 19,24)

Sua glória ali “era, aos olhos dos filhos de Israel, como um fogo consumidor.” (Ex 24,17).

Uma preparação apropriada

Qualquer coisa maculada pelo pecado queima na presença do Deus Santíssimo. Talvez essa seja uma razão pela qual a Arca da Aliança, onde a presença de Deus repousava, era revestida de ouro e o propiciatório e os querubins que o ofuscavam eram feitos de ouro puro. O ouro passa pelo fogo e é purificado, não queimado.

Não surpreendentemente, então, quando chegou a hora de Deus assumir um corpo humano, ele preparou um vaso sagrado. Como a sarça ardente na qual Deus falou com Moisés, Maria tinha Deus dentro de si e não foi consumida. (Por essa razão, por séculos artistas retrataram Maria, segurando Jesus, embalada por chamas sagradas). Não foi a santidade inata de Maria que a permitiu fazer isso. Foi a santidade colocada nela pela graça previdente. Aplicando-lhe antecipadamente os méritos da morte de Cristo, Deus fez com que Maria fosse concebida sem a mancha do pecado original. Ela era de fato “cheia de graça” – desde sempre, ela teve o que era necessário para estar na presença de Deus.

Se Maria teve de estar preparada para receber Cristo em seu ventre, quanto mais devemos nos preparar para recebê-lO em nossos corações?

Ontem ouvimos de Isaías e João Batista: “Preparai o caminho do Senhor!”. “Arrependei-vos”. Maria nos mostra que, apesar de nossa fragilidade, nós também podemos receber Deus. Façamos os preparativos adequados para Sua vinda à nós.


Autor: Sarah Christmyer

Sarah Christmyer é co-desenvolvedora com Jeff Cavins do sistema de estudo da Bíblia Católica The Great Adventure. Ela é autora ou coautora de uma série de estudos.

Fonte: AscensionPressTraduzido por Guilherme Guimarães de Miranda – Membro da Rede de Missão Campus Fidei, servindo no Núcleo de Comunicação, além de atualmente participante do Grupo de Estudo DATING em Brasília – DF.

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