Visitando o último lar terrestre de Maria na Turquia

Conhecido na Turquia como Meryemana Evi (em português: Casa de Maria), a casa que supostamente foi a última morada de Maria e o lugar de sua assunção ao céu é feita de pedra; uma simples disposição de quartos em uma encosta de uma floresta descendo para o Mar Egeu, um lugar naturalmente belo e imaculado.

Perto dali, o local da primeira igreja cristã construída em honra da mãe de Jesus e uma fila de viajantes permanecem em minha memória, no centro de uma linha de paisagens magníficas que a Turquia nos concedeu em nosso tempo no exterior.

Vinte anos atrás, meus pais aproveitaram-se de uma missão de dois anos, dirigindo o mais ao leste possível que fosse considerado seguro para diplomatas estrangeiros, e para o sudoeste para ver os grandes locais históricos da fé que apimentam o belo litoral da Turquia.

Da Capadócia a Tarso, a Esmirna e Éfeso, fizemos nosso caminho para os arautos da tradição da estrutura de pedra conhecida como a última casa terrena de Maria.

De volta a seu filho

Descoberta no final dos anos 1800 por um padre francês guiado pela descrição visionária da Beata Ana Catarina Emmerich, a casa têm atraído peregrinos por todo o globo; é uma marca registrada ao visitar locais históricos no leste da Turquia, embora muitos tenham se surpreendido com seu aspecto solitário ainda hoje.

De acordo com os arqueologistas turcos, a evidência é inconclusiva, principalmente extraída da referência bíblica da adoção de João por Maria aos pés da cruz. O trabalho de João como evangelista em Éfeso, com base nos escritos da Igreja, poderia ter levado sua mãe adotiva para lá também. Uma carta sinodal do Concílio de Éfeso várias centenas de anos após a morte do apóstolo se refere aos sepultamentos de João e Maria em Éfeso; um bispo do século XIII refere-se às viagens de Maria ao lado de João pela Grécia e Turquia.

Nenhum artefato confirma isso, mas a primeira igreja cristã com devoção à Maria continua em pé na cidade ancestral e vários líderes da Igreja fizeram a jornada para honrar a mãe de nosso Senhor. Enquanto Jerusalém permanece como principal nos círculos acadêmicos como último lar de Maria, Éfeso parece um lugar mais apropriado, longe do negócio de uma cidade, onde o Senhor traria Maria de volta à ele.

Serva do Senhor

A aridez e a simplicidade da casa e do campo à sua volta, a terra selvagem e não cultivada rolando em direção ao mar, são incrivelmente perfeitos e contrastam com a força, a glória e o brilho multicultural moderno de Jerusalém. Enquanto multidões e expansivas conquistas arquitetônicas flanqueiam o lugar onde a Cruz do Senhor foi descoberta, o último lar terreno de Maria é silencioso; solitário e pequeno em escala. É um lugar escondido comparado com vários outros locais onde os peregrinos pisam.

Vossa vida está escondida com Cristo em Deus”. (Cl 3, 3)

A tremenda pessoa de Maria estava escondida também, no seu tempo. Os evangelhos nos falam repetidamente de sua quietude, serenidade e devoção. Tudo o que ponderou num coração de mãe e sua dedicação a Jesus.

De seu primeiro momento de submissão à vontade de Deus na Anunciação até sua gloriosa Assunção, Maria disse: “Eu sou a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra!” (Lc 1, 38).

Um nascimento em um estábulo rude, um sussurro para reabastecer o vinho.

Durante sua vida, a Mãe de Deus esteve ao lado de seu amado filho, do pé de seu berço ao pé da cruz, para sala trancada onde ela o veria novamente e pela fé que os seguidores d’Ele espalharam pelo mundo inteiro. Com constante devoção, Maria permaneceu com a missão d’Ele até sua própria morte. 

Coroa de Vida

Os detalhes daqueles momentos finais, se ela viveu até a velhice, se ela estava doente ou fraca, quem cuidou dela e como ela se encaixa na estrutura final da nova evangelização, também continuam escondidos.

E, no entanto, a vista de Éfeso é tão adequada a sua pessoa; lá nós podemos recriar a visão da glória final de Maria, o momento em que ela subiu para brilhar mais uma vez no amor puro e total da vida eterna de seu filho, em uma encosta tranquila, no silêncio terreno, sem observadores.

Mostra-te fiel até à morte, e eu te darei a coroa da vida”. (Ap 2, 10)

A Humilde Exaltada

Em seu último conto da série As Crônicas de Nárnia, A última batalha, C.S.Lewis descreve o corpo celeste no céu como vendo seus lares terrestres por uma janela, um tipo de visão celestial que os permite ver mais “a fundo”, a medida que experimentam a incessante aventura e glória de uma vida ressuscitada.

Para nós, Maria é essa janela. Pelas lentes da sua alma perfeita, temos um vislumbre de sua glória final, sua conquista de uma grande vida encontrou-se com o rosto de seu único filho. Assim como sua maternidade nos deu o exemplo, somos chamados a ser e formar seres que renovam a face da terra.

Levanta-te, minha amada, formosa minha, vem a mim!” (Ct 2, 10)

E assim como Elias foi retirado de sua caverna no deserto por um sussurro gentil do Senhor, faz sentido que Maria fosse chamada ao Senhor de um lugar quieto em uma encosta. De um começo humilde a uma renovação gloriosa.

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Autor: Ashley Bateman

É redatora da reforma política do The HeartLand Institute e colaboradora do The Federalist. Seu trabalho foi destaque no The Washington Times, The Daily Caller, The New York, The Daily Caller, The New York Post, The American Thinker e várias outras publicações.

Fonte: Ascension Press

Traduzido por Guilherme Guimarães de Miranda – Membro da Rede de Missão Campus Fidei, servindo no Núcleo de Tradução e no Núcleo de Música.

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