Três santos que enfrentaram as injustiças cara a cara

Alguns dos maiores ensinamentos da Igreja Católica tem como foco a justiça social. Colocar a justiça social em ação significa cuidar dos menos afortunados, não se calar quando você vê uma injustiça, lutar pela unidade e não pela divisão e proteger a vida em todas as suas variadas e incríveis formas. Aqui estão três santos católicos que viveram sua fé encarando de frente a injustiça, agindo com amor, misericórdia e caridade de maneiras surpreendentes e unificadoras.

 

São Damião, o Leproso de Molokai

São Damião nasceu na Bélgica em 1840 e foi enviado para o outro lado do mundo,  para o Havaí quando foi ordenado em 1864. Enquanto trabalhava em uma missão em Honolulu, ficou sabendo de uma colônia de leprosos em uma das ilhas remotas do Havaí. Na época, a lepra era uma doença incurável que causava feridas podres, levava a deficiências visuais e enfraquecia o corpo até levar a uma morte prematura. Os leprosos viviam de forma miserável na ilha e não podiam sair ou receber visitantes.

São Damião sentiu um chamado especial para viver com os leprosos, cuidar deles, amá-los e, no fim das contas,  se tornar um deles. Ele estabeleceu um cemitério na colônia, cuidou das feridas dos leprosos e construiu seus caixões. Mais tarde, ele se infectou com a lepra e morreu da doença, mostrando-nos um verdadeiro exemplo de solidariedade com aqueles que estão isolados e sofrendo.

Uma pedra angular da Doutrina Social da Igreja Católica envolve a valorização da vida desde a concepção até a morte, em vez de sua degradação ou destruição. São Damião trouxe luz sobre aqueles que a sociedade queria esquecer e ele nos fornece um importante lembrete para não esquecermos nem nos afastarmos dos que hoje são considerados excluídos: os sem-teto, os viciados, ou os que possuem deficiências mentais, por exemplo.

São Martinho de Porres

Nascido em Lima, no Peru, em 1579, São Martinho de Porres era mestiço, sendo filho ilegítimo de um conquistador espanhol e uma escrava liberta do Panamá que era de origem africana ou possivelmente indígena. Durante toda a sua infância, São Martinho sofreu ridicularização e discriminação devido à sua origem e cor de pele. Pela lei peruana, os mestiços não podiam se tornar membros plenos das ordens religiosas.

Mesmo que lhe tenha sido negada a admissão no convento dominicano do Rosário quando era adolescente, São Martinho perseverou e tornou-se voluntário no convento, servindo como “pau para toda obra”: era às vezes barbeiro, ou enfermeiro, ou até ficava na lavanderia.

Aos 24 anos, São Martinho finalmente recebeu autorização para fazer seus votos sagrados. Ele passou seu tempo no convento fundando um orfanato e um hospital infantil. São Martinho também andou pelas ruas da cidade cuidando das vítimas da peste bubônica, independentemente de sua raça ou status social. Seu caráter era alimentado pela compaixão por todos. Seu triunfo pessoal sobre a injustiça racial, bem como seu serviço aos menos afortunados, é um exemplo de perseverança e fidelidade, mesmo quando tratado injustamente.

Santa Catarina Drexel

Imagine que você herde milhões de dólares. Você doaria tudo para a caridade e trabalharia para educar os pobres e esquecidos? Isso foi o que Santa Catarina Drexel fez.

Nascida Catherine Mary Drexel em 1858, ela era filha de um banqueiro e investidor bem sucedido e muito rico da Filadélfia. Santa Catarina Drexel dedicou-se à vida religiosa, ao Convento das Irmãs da Misericórdia e à educação dos índios e afro americanos, tornando-se a segunda santa a nascer nos Estados Unidos da América.

Em 1885, ela viajou para o oeste dos Estados Unidos pela primeira vez e conheceu nativos americanos em extrema carência de escolas. Depois de uma reunião com o papa Leão XIII na Itália, na qual ela pediu ao Papa que enviasse missionários para ensinar os nativos americanos, o Papa decidiu recrutá-la para ser missionária. Esse encontro com o Papa foi um divisor de águas em sua vida e, apesar de ter herdado uma propriedade no valor de milhões, Catarina Drexel escolheu uma vida de pobreza e serviço.

Santa Catarina ajudou a dar voz àqueles que lutavam para receber educação. Como um grão de mostarda, a dedicação de Santa Catarina à educação dos menos afortunados transformou-se em uma grande rede de 145 missões católicas e 62 escolas. Ela também ajudou a fundar a Universidade Xavier de Nova Orleans, a primeira faculdade católica dos Estados Unidos para afro-americanos.

Os exemplos desses santos deixam claro que a justiça social é parte integrante de nossa tradição de fé. E ainda há muito trabalho a fazer. Todos os dias os jornais estão cheios de histórias sobre a violência contra os inocentes, sobre a  pobreza que mutila vidas e sobre a divisão, em vez da unidade, a nível pessoal, familiar e social. São Damião, São Martinho de Porres e Santa Catarina Drexel ouviram o chamado de Deus. Eles se envolveram. Eles fizeram a diferença. Eles começaram pequenos, um dia de cada vez, na comunidade onde moravam. Você também pode.


Por Michael T. Best é autor de dois romances juvenis (“The Road to Thune” e “Odyssey Rising”), bem como “Great Americans: The Founders“, um livro de história que fala sobre dez heróis esquecidos da era da Guerra Revolucionária. Ele mora na Califórnia com sua esposa, dois filhos e um cachorro chamado Scully. Ele também é voluntário em ministérios de jovens e adultos jovens e seu conto “The Angel Crisis” aparecerá na revista Liguorian em setembro.

Fonte: bustedhalo.com

Traduzido por Ludmila Giacone – Membro da Rede de Missão do YOUCAT BRASIL, como Voluntária nos Núcleos de Tradução e Formação e atualmente também participa do Grupo de Estudo YOUFAMILY em Brasília – DF.


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