Na Teologia do Corpo, São João Paulo II falou sobre três recursos “infalíveis e indispensáveis” para viver uma espiritualidade cristã autêntica (ele estava falando especificamente a respeito da espiritualidade na vida matrimonial, mas isso se aplica a todos e a cada um de nós): uma profunda vida de oração, uma confissão regular de nossos pecados e a comunhão Eucarística frequente.
Inicialmente, isso pode parecer como aquelas “fórmulas católicas padrão” que você já escutou antes. Com certeza é, mas a “teologia esponsal” de São João Paulo II nos dá uma perspectiva mística, revigorada, que (infelizmente) você provavelmente nunca escutou durante a sua vida na Igreja. É por essa nova perspectiva que cada católico deve se comprometer (ou renovar seu compromisso) nesse novo ano.
1) Oração. Os Padres da Igreja nos dizem que rezar nada mais é do que ansiar por Deus. Se você tiver coragem de perseverar nesse caminho, esse desejo, diz São João Paulo II, vai nos levar através de “dolorosas purificações (a ‘noite escura’), mas desemboca, de diversas formas possíveis, na alegria inexprimível vivida pelos místicos chama de ‘união esponsal’” (Novo Millennio Inuente 33). A oração, portanto, em suma, significa entrar em contato com nossos desejos mais profundos, mais reais, mais sinceros, por amor e união, e apresenta-los para Aquele que pode satisfazê-los.
2) Confissão regular. Sempre que cometemos pecados graves, nós devemos recorrer a confissão – o que pode ser frequente para muitos de nós. Mas isso não significa que não devemos nos confessar regularmente se não tivermos feito algo “grande, ruim e horrível”. Como o Catecismo ensina: “Ainda que não seja estritamente necessária, a confissão das faltas cotidianas (pecados veniais) é, contudo, vivamente recomendada pela Igreja. Com efeito, a confissão regular dos nossos pecados veniais nos ajuda a formar a nossa consciência, a lutar contra as más inclinações, a deixarmo-nos curar por Cristo, a progredir na vida do Espírito” (CIC 1458). Se nós levamos nossa jornada a sério, deveríamos recorrer à confissão ao menos uma vez ao mês. A recepção em oração desse sacramento nos leva a “fazer cair as nossas máscaras e voltar o nosso coração para o Senhor que nos ama, de modo a entregarmo-nos a Ele como uma oferenda a purificar e transformar” (CIC 2711). Em outras palavras, a confissão é onde “ficamos nus” diante de Deus, permitindo que Cristo purifique a sua Esposa (confira Ef 5,27), a fim de prepará-la para a “união nupcial” – a Eucaristia.
3) Recepção frequente da Eucaristia. A Eucaristia, escreveu São João Paulo II, é “o sacramento do esposo e de sua esposa”. Cristo instituiu a Eucaristia, continuou ele, “para expressar a relação entre homem e mulher, entre o que é ‘feminino’ e o que é ‘masculino’” (Mulieris Dignitatem 26). Que riqueza de verdade está contida nessas declarações! Na Eucaristia, Cristo, o Esposo, entrega seu corpo para sua Esposa e nós, enquanto esposa, recebemos seu Corpo em nossos corpos. Em resumo, se a oração está nos coloca contato com nosso desejo de “união nupcial” e a Confissão nos “deixa nus” diante de Deus, a Eucaristia é a consumação do casamento!
Então, em 2022, vamos nos comprometer com esses três meios infalíveis e indispensáveis para nos tornarmos os homens e as mulheres que fomos criados para ser. Eles são infalíveis porque, quando bem compreendidos e bem vividos, eles não podem nos colocar em erro, e são indispensáveis porque simplesmente não podemos viver a vida cristã sem eles.
Pergunta: Qual foi a nova percepção que você teve sobre oração, confissão e Eucaristia através desse texto?
Autor: Christopher West
Fonte: The Cor Project
Traduzido por Ludmila Giacone – Membro da Rede de Missão Campus Fidei, servindo no Núcleo de Formação e atualmente também participa do Grupo de Estudo YOUFAMILY em Brasília – DF.