Modéstia: Podemos concordar em ser razoáveis?

Algumas coisas quase sempre aparecem nos comentários de postagens sobre a modéstia. As reações vão desde “Ensinar a modéstia é dizer que o corpo é vergonhoso e promove a cultura do estupro!” até “Gola alta e vestidos de manga comprida para todas!”. Normalmente, quando as pessoas são apaixonadas e polarizadas sobre um assunto, isso provavelmente significa que esse é um assunto importante. Mas não seria legal se nós pudéssemos todos concordar em algum ponto que fosse razoável?

De um lado da moeda Parece que é comum entre as adolescentes considerar que seus uniformes escolares escondem o corpo como se este fosse algo vergonhoso. Muitas acreditam que encorajar as mulheres a se esconder mostra que nossos corpos são ruins e pecaminosos. Eu não duvido de que muitas pessoas foram machucadas por ensinamentos que as fizeram acreditar que sua sexualidade era pecaminosa, suja ou nojenta. Para os que ouviram este tipo de mensagem, tenha a certeza, esse não é o ensinamento da Igreja ou de Nosso Senhor.

Pelo contrário, a modéstia trata de algo tão sagrado e santo que está mais relacionada com veneração do que com vergonha. A revelação do corpo é guardada para um momento de celebração e graça, apontando para sua dignidade, e não para sua desgraça! Fazendo uma analogia, neste momento, estou escondendo em meu armário o presente que minha filha sonha para o aniversário dela, que será neste final de semana.  Está escondido em uma caixa, dentro de outra caixa, e de outra, abaixo de uma pilha de roupas. Isso não é porque eu estou com vergonha do presente. Na verdade, quando ele for revelado, no momento certo, a expectativa por ele será o que o tornará tão especial! Da mesma forma, tenho uma grande amiga que ensinou sua filha que seu corpo é como uma “bela porcelana”. Ele tem uma função específica, não porque é ruim, mas porque é muito bom.

É claro que um dos grandes argumentos a favor da modéstia tem a ver com ajudar os homens a vencer a tentação. Recentemente, eu ouvi a história de uma família numerosa que começou a se recusar a ensinar qualquer nível de modéstia para suas filhas depois que duas das mais novas foram abusadas, apesar de seus esforços para se vestir de forma pura. Nesse sentido, alguns argumentam que esses ensinamentos alimentam a cultura do estupro, na medida em que essa mensagem pode soar como se se culpasse as mulheres por convidar para o abuso sexual. Isso não poderia estar mais longe do cerne da questão. As mulheres devem ser respeitadas e amparadas independentemente do modo como agem, se vestem ou se portam.  Se você conhece a dor dilaceradora de um abuso sexual, saiba que, sem nenhuma sombra de dúvidas, você não tem culpa nenhuma de isso ter acontecido.  O mal do abuso sexual é incalculável, e ninguém poderia nunca merecer ou desejar ser usado dessa forma. Felizmente, a capacidade que Deus tem de curar é infinitamente maior do que nossa dor. Ele deseja encontrar-te em tuas feridas.

Voltando para o outro extremo do debate –  Vestir-se modestamente é totalmente uma expressão de amor e, com isso, eu convido as pessoas a mudar de opinião para também agir com amor. Quando vemos alguém se vestir de forma escandalosa, a tentação pode ser julgar as intenções da pessoa sem saber nada sobre elas. Muitas vezes, as pessoas podem ficar do outro lado, julgando a modéstia de forma legalista, o que pode levar a padrões não razoáveis. Considere os Fariseus, que levaram o mandamento de “Honrar o sábado” a um extremo tão grande que chegaram a condenar Jesus por curar as pessoas no sábado! Existem padrões realistas de modéstia que não mandam que a pessoa cubra cada pedaço da sua pele. Os tornozelos e os pulsos, os braços e até os joelhos são áreas razoáveis de serem expostas para aquelas que se sentem confortáveis mostrando-os. Acredite ou não, mulheres podem ser estilosas e modestas ao mesmo tempo.

Mas e a dita responsabilidade que as mulheres tem em ajudar os homens em nossas vidas a viverem de forma pura? Pense dessa forma: eu tenho alguns amigos que se recuperaram do alcoolismo. Quando estou com eles, eu evito beber. Eu não ofereço a eles bebidas alcoólicas em minha casa ou convido-os para irmos juntos a bares. Eu não faço isso porque sou obrigada, mas porque eu os amo. Se eles escolherem beber, é escolha deles. Entretanto, eu fico feliz em fazer um sacrifício para ajudá-los e encorajá-los tanto em suas lutas quanto em suas vitórias. Considerando a modéstia nessa perspectiva, ela se torna uma forma não de nos constranger, mas de nos libertar para amar de forma exorbitante.

A verdade é que esses tipos de postagem não são a respeito de um tema ou de um problema, mas são sobre pessoas. Por detrás de toda roupa decotada, existe uma pessoa. Por detrás de todo homem com uma excitação visual, está uma pessoa. Quando nos lembramos de amar uns aos outros da melhor forma, a modéstia deixa de ser um debate para se tornar uma alegria.


Katie Hartfiel é a autora de “Woman In Love”, um livro que ajuda mulheres que estão rezando por seu futuro marido. Katie se formou em teologia pela Franciscan University of Steubenville. Ela serviu aos jovens por 7 anos em Houston, onde ela mora com seu marido, Mark, e suas três filhas. Para mais informações sobre Katie, seus livros e para ler o primeiro capítulo gratuitamente, visite womaninlove.org.

Fonte: Chastity Project com permissão de Jason Evert  ©

Traduzido por Ludmila Alvim – Membro da Rede de Missão do YOUCAT BRASIL, como Voluntária nos Núcleos de Tradução, Clube de Leitura YOUCAT e atualmente também participa do Grupo de Estudo YOUCAT DATING em Brasília – DF.

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