Como esses dois padres jesuítas exemplificam a definição de amizade de C.S. Lewis

O National Catholic Register pontua os Padres Robert Sptizer e William Watson como exemplos de amizade verdadeira, e nós achamos que C.S. Lewis iria concordar.

A amizade é considerada o segundo tipo de “amor”  no livro “Os quatro amores”, de C.S. Lewis. Esse tipo de relação ocorre quando “companheiros descobrem que eles têm em comum algum interesse ou até gosto que os outros não compartilham e no qual, até aquele momento, cada um acredita ser o seu único tesouro (ou peso)”. 

Ele continua a descrever isso como duas pessoas enfrentando uma mesma missão lado a lado, o que contrasta com o amor romântico, no qual os amantes estão frente a frente.

“A busca ou visão comum que une os amigos não os absorve de uma forma que permaneçam ignorantes ou esquecidos um do outro. Pelo contrário, é o meio pelo qual o amor mútuo deles e seu conhecimento existe. Ninguém conhece outra pessoa tão bem quanto o seu “melhor amigo”. Cada passo nessa jornada em comum testa seu caráter; e são testes que nós entendemos completamente porque estamos passando por eles também. Por isso, com o passar do tempo, nossa confiança, nosso respeito e nossa admiração florescem em um amor apreciativo de uma singularidade robusta e bem formada”.

Terreno em comum

Quando se fala da amizade entre os dois padres jesuítas (Pe. Robert Spitzer e Pe. William Watson), o National Catholic Register cita o grande amor por Deus e busca por uma verdade objetiva como o que os unia, mas eles se juntaram primeiramente em um apostolado no campus da faculdade.

“Nós não apenas nos vivificamos ao dar àqueles estudantes aquelas coisas, mas nossa amizade surgiu também”, Pe. Spitzer disse. “Nós estávamos em missão juntos. Nossos corações individualmente e coletivamente se tornaram vivos e tornou nossa amizade viva” 

Até aquele momento, os dois padres buscavam difundir a conversão espiritual, moral e intelectual, apesar de suas abordagens serem diferentes. 

A abordagem intelectual de Deus, do Pe. Spitzer, é vista na Credible Catholic e na Magis Center, ambas organizações sem fins lucrativos que procuram prover fundamentos razoáveis para a fé. Já a organização que o Pe. Watson faz parte, Sacred Story Institute, “é dedicada a revitalizar o clássico exame de consciência de S. Inácio de Loyola… para ajudar adultos, adolescentes e jovens a encontrarem Cristo, o Médico Divino, que cura o nosso corpo, mente e espírito”. 

As suas abordagens diferentes da fé e da verdade os fazem mais apreciativos de sua amizade. Pe. Watson disse: 

“É um desejo de ajudar as pessoas de forma criativa e com diferentes caminhos, para que possam acreditar na Boa Nova de Deus”.

Compromisso

Esse artigo não é a primeira vez que Pe. Spitzer compartilhou sua visão sobre amizade. No seu vídeo do Fr. Spitzer’s Universe, o Pe. faz uma anotação particular sobre a reciprocidade entre amigos:

“A reciprocidade de uma amizade significa que há uma expectativa recíproca que vem quando nós nos comprometemos um com o outro. Deve haver um compromisso com os dois lados: um compromisso de futuro, de lealdade, de tempo, e por aí vai. Esses tipos de compromissos precisam fluir dos dois lados, sem eles, a amizade não vai existir”.

É claro que os dois padres fizeram seu compromisso, apesar de viver em estados diferentes. Pe. Watson disse no artigo:

“Nós temos o tipo de amizade que, com um minuto estando juntos, captamos tudo que deixamos de lado”. 

Propósito da Amizade

“Nós dois sabemos Aquele que faz tudo funcionar”, apontou Pe. Watson. Essa frase traz o verdadeiro propósito dos amigos – crescer em proximidade com Deus. 

Segundo C.S. Lewis, Deus como centro da amizade, a beleza das pessoas é revelada:

A amizade é o instrumento pelo qual Deus revela a beleza de um ao outro. Ela não é melhor que a beleza de tantos outros homens; pela amizade, Deus abre os olhos para ela. Ela é, como todas as belezas, derivada Dele e, então, em uma boa amizade, é aumentada por Ele por meio da amizade, sendo Seu instrumento para criar e se revelar”.

Essa imagem ideal parece impossível de ser alcançada. Amigos nunca são perfeitos, porque as pessoas não são perfeitas. Mas nós podemos sempre buscar um amor cada vez mais perfeito, e uma amizade verdadeira – nós temos uma prova viva.

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Autor: Lindsay Rudegeair

Fonte: Ascension Press

Traduzido por Maria Augusta Viegas – Membro da Rede de Missão Campus Fidei, servindo nos Núcleos de Comunicação e Formação.

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