Evidências para a Ressurreição

Jesus realmente ressuscitou dentre os mortos ou isso foi só uma história agradável inventada pelos discípulos para manter Seus ensinamentos vivos?

São Paulo escreveu aos Coríntios: “E se Cristo não ressuscitou, é inútil a vossa fé” (1 Cor 15, 17). Se de fato aconteceu, a ressurreição de Jesus Cristo é o evento mais surpreendente da história da humanidade. Se não, então nossa religião nada mais é do que cantar canções, ter pensamentos positivos e ser boas pessoas.

Quais são os fatos?

É fácil ser emotivo em relação à Páscoa e focar apenas na esperança da vida eterna, mas esses não são mais do que sentimentos agradáveis se Jesus realmente não ressuscitou dos mortos. Para que nossa crença seja sólida, precisamos fazer um trabalho de detetive simples e lógico. Precisamos reunir os fatos e pensar nas possibilidades.

Para reunir os fatos, recorremos aos relatos do Evangelho sobre o que aconteceu. Não temos espaço neste artigo para argumentar sobre a confiabilidade dos Evangelhos. Outros já o fizeram, e se você quiser respaldar a veracidade dos Evangelhos, encorajo-o a fazer mais pesquisas, como a leitura do livro de Brant Pitre, The Case for Jesus: The Biblical and Historical Evidence for Christ (Image, 2016). Tomaremos os relatos do Evangelho como informações confiáveis do que aconteceu naquele jardim fora de Jerusalém em uma manhã de primavera há 2000 anos.

Simplificando, os seguidores de Jesus afirmaram que ele havia morrido e sido sepultado, mas que havia ressuscitado. Ele não era um fantasma ou uma aparição e alegaram que ele ressuscitou fisicamente dos mortos e que não morreu novamente.

Os fatos e as teorias

Esse evento não é somente o mais estupendo da história da humanidade, mas também um dos mais debatidos. Existem cinco explicações possíveis para a Ressurreição:

  • A fé cristã, que afirma que Jesus ressuscitou dos mortos, é verdadeira.
  • Jesus morreu, mas os apóstolos foram enganados de alguma forma sobre sua ressurreição. Talvez eles tenham alucinado?
  • A história é um mito – um conto significativo que os apóstolos inventaram para explicar que a vida de Jesus ainda continuava em suas vidas e ensinamentos, embora ele estivesse morto.
  • Os apóstolos conspiraram em conjunto para ou roubar o corpo de Jesus ou inventar a história por algum motivo.
  • Jesus realmente não morreu na cruz. Talvez ele apenas tenha entrado em coma ou desmaiado.

Se a segunda, a terceira, a quarta e a quinta teorias estão erradas, então a única resposta restante é que Jesus de fato ressuscitou dos mortos.

Jesus realmente morreu?

Para que a quinta teoria seja verdadeira, temos que acreditar que Jesus, de alguma forma, sobreviveu à sua crucifixão. Isso é difícil de acreditar porque os algozes romanos eram assassinos experientes. Além disso, a execução foi pública, e as autoridades judaicas estavam lá para testemunhar sua morte e garantir que Ele estava realmente morto.

Os soldados não quebraram as pernas de Jesus. Isso era uma tática que eles usavam para apressar a morte do condenado. O fato de não terem quebrado suas pernas indica que sabiam que Ele já estava morto. Eles também atravessaram seu lado com uma lança para se assegurar de que Ele estava morto. O fato de que sangue e água jorraram é um sinal médico de morte (ver Jo 19, 31-37).

O que é mais incrível nessa teoria é que devemos acreditar que Jesus foi severamente açoitado, pregado em uma cruz e apunhalado por uma lança. Ele foi então embrulhado como uma múmia e colocado em uma tumba. Então devemos acreditar que Ele, de alguma forma, se desembrulhou, empurrou uma pedra de 3 toneladas e saiu em uma fria manhã de primavera?

Além disso, temos que acreditar que quando Maria Madalena e seus discípulos encontraram esse homem meio morto cambaleando nu pelo jardim, eles pensaram que Ele havia ressuscitado. Acho que era mais provável que tivessem dito: “Pobre Jesus! Ele sobreviveu! Vamos chamar um médico!”.

Uma história imaginada

Esta é a ideia de que os discípulos forjaram a ressurreição por alguma razão. Mas por que eles fariam isso? Por que eles mentiriam? E não só isso, manteriam sua história mesmo diante da tortura e da morte? 

Os discípulos eram covardes. Com exceção de João, todos fugiram quando Jesus foi capturado. Eles estavam se escondendo, por medo das autoridades, quando Jesus apareceu. Eles não parecem ser o tipo de homem que inventaria uma história para seu próprio benefício.

Esses foram homens simples – não ardilosos e traiçoeiros. Eles não tinham motivo para imaginar tal história. O que eles teriam a ganhar? Nada. Mas eles tinham tudo a perder. Eles seguiram vivendo suas vidas anunciando o Evangelho, vivendo na pobreza, e finalmente morrendo como mártires. Eles fizeram tudo isso por ficção?

Se os discípulos estavam mentindo, havia muitas testemunhas em Jerusalém que poderiam desmenti-los. Os judeus poderiam ter produzido evidências contra eles, ou outros teriam dito que eles estavam simplesmente enganados.

E quanto a alucinação?

Talvez os discípulos tenham tido uma espécie de visão ou alucinação de que Jesus havia ressuscitado dos mortos. Em outras palavras, Ele foi uma aparição ou um fantasma. O problema é que alucinações normalmente são experiências particulares. A mesma aparição ou alucinação poderia até acontecer a algumas pessoas, mas não a centenas, como São Paulo relata (veja 1 Cor 15, 6).

As alucinações não duram 40 dias. Os fantasmas não comem. Você não pode tocar numa aparição. Além disso, a teoria da alucinação não leva em conta outros fatos. Pode até explicar as chamadas visões, mas não o sepulcro vazio, os panos funerários, a ausência do cadáver, e a pedra sendo movida.

Para acreditar na teoria da alucinação, temos que crer que centenas de pessoas comuns, de bom senso e realistas, todas experimentaram a mesma alucinação de forma tão vívida que elas acreditaram que a aparição comeu, falou com eles, tocou-os e os convidou a tocá-Lo.

Foi um mito?

Talvez esta seja uma história inventada por cristãos muito depois da morte de Jesus para ensinar a verdade de que suas belas histórias e ações continuaram vivas no mundo por meio de sua Igreja, embora ele estivesse morto.

O problema com essa teoria é que a história foi escrita pouco tempo depois dos eventos. Os Evangelhos foram escritos dentro de 30 anos após os eventos e foram baseados em relatos orais que circulavam antes disso. Não houve tempo para um mito se desenvolver.

Além disso, os relatos do Evangelho não se assemelham a um mito mágico. Eles têm características de relatos de testemunhas oculares, feitos por pessoas reais com nomes e histórias reais que experimentaram algo surpreendente e que mudou suas vidas. Especialistas em literatura como C. S. Lewis, notam que as histórias não operam como mitos – com símbolos e seres mágicos. Elas operam como um relato histórico.

Os evangelhos são uma coleção de histórias e dizeres que realmente aconteceram. Praticamente todas as histórias ocorrem em um lugar real, em um tempo real, com figuras históricas reais. Existem detalhes concretos com nomes, apelidos e observações pessoais. O relato da ressurreição não é diferente. Teríamos que acreditar que no meio de todos os outros contos históricos, os apóstolos ou cristãos que se converteram depois, de repente, inseriram um conto mítico.

Jesus ressuscitou! Aleluia!

As outras quatro teorias – Jesus não morreu, os discípulos foram enganados, inventaram a história ou os cristãos criaram um mito – fracassaram. Resta somente uma teoria.

Que é verdade que Jesus de Nazaré ressuscitou dos mortos. Ele apareceu a centenas e deixou seus apóstolos com a missão de espalhar a palavra de Deus por todo o mundo (ver Mt 28, 19-20). Essa é a fé da Igreja. Essa é a fé que declaramos para um mundo sombrio e agonizante. É a mensagem de vida, luz e amor que mudou a história, mudou a humanidade, e pode mudar cada um de nós.

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Autor: Pe. Dwight Longenecker

Fonte: Catholic Digest 

Traduzido por Mariana Leite – servindo no Núcleo de Tradução da Rede de Missão YOUCAT BRASIL.

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