O poder de uma comunidade católica

O Poder de uma Comunidade Católica

“Aquele que vive sem disciplina morre sem honra”.

Essa profunda constatação foi compartilhada por um amigo próximo que é militar e um companheiro católico devoto. Ela nos leva a uma grande discussão de como ser um discípulo de Jesus nos demanda disciplina. De fato, as duas palavras têm a mesma raiz latina.

A conversa caminhou, e isso sempre acontece com esse meu amigo militar, e eu comecei a refletir sobre a importância de amigos como ele e dos meus outros colegas de faculdade, que me ajudaram a ser mais disciplinado e, ultimamente, um discípulo melhor.

O livro dos Provérbios diz: “ferro forja ferro, e um homem forja outro homem” (27, 17).

Isso estava nítido para mim na faculdade, quando eu participava de um estudo masculino sobre a bíblia que mudou radicalmente cada homem que participou. Não era apenas o encontro semanal que nos forjou, mas o fato de que nós éramos verdadeiramente amigos. Nós treinávamos juntos, comíamos juntos, ríamos juntos, vivíamos juntos, fazíamos festas do Super Bowl juntos, desafiávamos uns aos outros a fazerem a coisa certa, e então ajudávamos uns aos outros a se tornarem melhores homens e discípulos. Eu não exagero na importância desses homens para a minha vida. Só Deus sabe onde eu estaria se não fosse por eles, provavelmente no inferno, ou no caminho para lá.

Mas o que nos anos de faculdade que me permitia chegar mais perto dos amigos e de Deus?

Bom, Aristóteles pensava que amizade era ver a si mesmo no outro. Na infinita misericórdia de Deus e no seu timing perfeito, nós trouxemos nossas espadas para serem moldadas (e acredite, todos nós precisávamos ser forjados). No entanto, havia duas partes cruciais que faziam isso ser possível, e as duas estavam profundamente enraizadas em nós.

1.      Nós éramos levados para a verdade. Todos nós queríamos e procurávamos o que era a verdade. Todos nós tínhamos visto muitos efeitos negativos para reconhecer que deveria ter algo a mais. A tempo, nós vimos o que era verdade, na realidade, Verdade com “V” maiúsculo, e que essa Verdade se fez carne (Jo 1, 14). Nós nos apaixonamos com a Pessoa que é a Verdade, Jesus Cristo.

2.      Nós fomos convidados sem segundas intenções ou pressão. O poder do convite caminha junto com a livre escolha. Ninguém nos forçou a nada. Éramos apenas bons homens estendendo sua mão para outros homens. Existe algo sobre a condição humana que precisa de liberdade para florescer (Jo 10, 18). Para alguns de nós, basta um convite; para outros, são necessários vários.

De oito homens que formaram o estudo bíblico, quatro terminaram no seminário, discernindo se Deus os chamava a serem padres. Apenas um se tornou padre, os outros discerniram que Deus os chamava para a vida matrimonial. Foi a nossa pequena comunidade católica, construída em um pequeno campus da faculdade, que nos levou a conhecer a nossa vocação.

É isso que me faz ser apaixonado pelo que eu faço hoje. Meu trabalho como Diretor da Vida Residencial na Ave Maria University é criar uma cultura de comunidade, permitindo que homens e mulheres encontrem Deus através de suas interações interpessoais.

Uma comunidade católica autêntica é poderosa e eu e meus amigos podemos testemunhar isso. Infelizmente, o mundo em que vivemos hoje é um mundo de isolamento, e eu não estou falando da época dos protocolos contra a Covid-19, que meramente deixaram a situação mais exacerbada. O século XXI é repleto de redes sociais e tecnologia que, supostamente, deveriam nos “unir”, mas acabam por nos dividir.

As taxas de depressão, ansiedade e suicídio cresceram nos últimos 20 anos. Não é surpresa que as pessoas estejam com medo. Elas possuem poucos amigos de verdade e estão sendo cada dia mais isolados e afastados da realidade e habilidade de engajar em longas e frutuosas relações. Ainda assim, o “amor perfeito destrói o medo” (1 Jo 4, 18). Nós que vivemos em uma autêntica comunidade católica temos a oportunidade de viver com fé, esperança e caridade. É apenas com essa troca com outros que o homem adquire o seu potencial e responde à sua vocação (CIC 1879).

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Autor: Ryan Welch

O autor serviu como missionário no campus com a Fellowship of Catholic University Students (FOCUS) antes de finalizar seu mestrado em teologia na Franciscan University of Steubenville. Hoje, ele mora em Ave Maria, Flórida.   

Fonte: Ascension Press

Traduzido por Maria Augusta F. G. Viegas – Membro da Rede de Missão Campus Fidei, servindo no Núcleo de Redação, tradução e revisão.

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