Carta Aberta aos Espectadores da Pornografia

[N.T.: A carta a seguir pertence a um professor de universidade, direcionada a seus alunos]


Caros Veteranos,

Nosso desejo enquanto seres humanos é como uma piscina sem fundo, que sempre anseia por ser preenchida com mais água. Um aspecto desse desejo é a vontade de se unir ao corpo de outro ser humano. Nós nos excitamos quando vemos uma pessoa bonita que nos atrai o olhar. Isto faz parte da natureza humana desde o início dos tempos. Mas o que realmente procuramos quando vemos alguém por quem estamos atraídos? Quem é ele/ela, e será possível conhecê-lo completamente?

Sua namorada, na plenitude de sua identidade, se torna um sinal da Verdade sobre o que vocês são e sobre a Bondade pela qual vocês foram feitos. Nosso desejo pela união corporal no matrimônio nos aponta para nossa necessidade de complementariedade, através da união com Deus.

Algumas vezes, aquele desejo de enxergar a beleza e a bondade da pessoa, pela qual estamos atraídos, pode se misturar com nossos impulsos instintivos, fazendo com que percamos de vista a imagem a qual realmente desejamos. Essa redução do desejo algumas vezes nos leva a aceitar o que é menos belo e verdadeiro.

A pornografia nos mostra imagens de seres humanos que servem apenas para atender às nossas pulsões instintivas. A segurança de se olhar a outro ser humano pela proteção de uma tela nos permite receber o prazer instintivo, sem ter de aceitar a realidade, a liberdade, a plenitude de outra pessoa. Em vez de encarar o risco de entrar na intimidade de alguém que é “outro”, que é diferente de mim e que eu não consigo controlar, eu uso a outra pessoa para “tirar um pedaço” daquilo que oferece, e deixar pra trás o que resta de sua identidade.

Mas é isso o que realmente desejamos? Sim, usar outra pessoa dessa forma é mais conveniente do que entrar em um relacionamento comprometido com ela e gastar tempo para conhecê-la, incluindo suas belas, e “não tão belas”, qualidades. Sim, a pornografia pode saciar nossa fome imediata… mas não queremos mais do que somente ser saciados por um breve momento? Não queremos que nossa fome seja completamente saciada?

Não podemos experimentar essa plenitude quando reduzimos a pessoa a um objeto de uso. Nós descobrimos Deus, Aquele que satisfaz nossa fome, apenas quando respeitamos a total identidade do outro. A pessoa deixa de ser um sinal de Deus quando “usamos e abusamos” dela como um objeto. O ponto é que as pessoas não são algo a ser usado, mesmo que consintam com isso. Isso não é o que são, nem para o que foram feitas.

Quando usamos os outros para satisfazer nossa luxúria, é como se nossos corpos mentissem. Mentiras impactam não somente nossas vidas pessoais, mas também a sociedade em questões muito sérias. Veja o comércio de escravos na África. Seres humanos reduzidos a objetos: trabalharam sem retribuição alguma; foram comprados e vendidos; espancados e mortos. A indústria pornográfica, segundo muitos, é chamada de escravidão moderna, dado o modo como os atores são vistos e tratados – menos do que entidades humanas, e que devem ser usados por outros.

Acima de tudo, a pornografia escraviza o espectador. Quanto mais você se acostuma a “tirar pedaços” das pessoas, mais sua capacidade de enxergar a plenitude da outra pessoa é enfraquecida; sua habilidade de conhecê-las é diminuída. Assim como acontece quando você está treinando na academia – se você não dá seu máximo, seus músculos enfraquecem. E quando você não mantém uma dieta saudável, seu corpo sofre para manter sua força. Quando você “reduz” a “plenitude” da aptidão do seu corpo, você não será capaz de manter a resistência de desfrutar dos esportes que pratica ou das atividades que participa.

Da mesma forma, quando você assiste pornografia, você enfraquece sua capacidade de usar a razão. A pornografia alimenta sua luxúria, e não envolve sua razão. A razão te dá uma visão clara, enquanto seu instinto torna tudo borrado. Sem a razão, você não pode ter relacionamentos reais e significativos com outros seres humanos. A pornografia te prende em um mundo de fantasia, que não é real nem significativo. Somente quando vemos a realidade, usando a nossa razão, podemos encontrar a presença de Deus – que promete preencher nosso desejo de uma maneira que supera nossas expectativas!

Com amor e gratidão,

Sr. Adubato

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Autor: Stephen Adubato

Stephen Adubato ensina Teologia na faculdade de São Bento em Newark, New Jersey. Ele já escreveu para Aleteia, Ethika Politika e Church Life Journal.

Fonte: Chastity Project

Traduzido por Gabriel Dias – Membro da Rede de Missão do YOUCAT BRASIL, como Voluntário no Núcleo de Tradução e atualmente também participa do grupo de estudo YOUCAT DATING em Brasília-DF. 

 

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