Encontrando o coração paterno de São José

O aniversário de 150 anos da proclamação de São José como Patrono da Igreja Universal foi celebrado na Solenidade da Imaculada Conceição. Em honra a esse aniversário, o Papa Francisco declarou o presente ano litúrgico como sendo dedicado a São José por meio de sua carta apostólica Patris Corde (“Com coração de pai”). Que incrível presente para a Igreja Universal ter um ano dedicado à paternidade de São José!

Na carta apostólica do Papa Francisco, são expostas as qualidades da paternidade de São José e como sua paternidade era um ícone de Deus, do Coração do pai para nós, Seus filhos. Durante o Advento e neste ano de São José, que nossos corações estejam inclinados a refletir sobre o Pai por meio da paternidade de São José!

São José é um pai amado. São José se colocou a serviço de sua vocação de esposo e de pai. “Ele converteu a sua vocação humana ao amor doméstico em uma oblação sobre-humana de si mesmo, do seu coração e de todas as capacidades no amor colocado ao serviço do Messias que crescia em sua casa” (PC, 1).

Reflexão: Como posso crescer em minha devoção à paternidade de São José?

São José como um terno e amoroso pai. Através da paternidade de São José, Jesus viu a ternura do amor de Deus. José o ensinou a andar e o ofereceu seu abraço cheio de ternura quando ele caiu. José nos ensina a olhar com ternura para nossas quedas, fraquezas e misérias. “O Maligno faz-nos olhar para a nossa fragilidade com um juízo negativo, ao passo que o Espírito trá-la à luz com ternura. A ternura é a melhor forma para tocar o que há de frágil em nós” (PC, 2)

Reflexão: Como eu posso abrir meu coração para encontrar o amor cheio de ternura da paternidade de São José? Quais são os lugares de cura em meu coração que precisam do seu amor terno?

São José é um pai obediente. Em cada mensagem vinda do Pai, São José fez o que foi pedido que ele fizesse. “Em todas as circunstâncias da sua vida, José soube pronunciar o seu ‘fiat’, como Maria na Anunciação e Jesus no Getsêmani” (PC, 3).

Reflexão: Quais são os lugares no meu coração nos quais eu tenho dificuldade em seguir o caminho do Senhor? Como a obediência de São José pode me ajudar a abrir-me à graça e a seguir os passos do Senhor?

São José como um pai acolhedor. José confiou nas palavras do anjo direcionadas a ele e amorosamente acolheu Jesus como seu próprio filho. Ele proveu um lar protetor para Maria e Jesus e aceitou seu chamado a ser esposo de Maria e pai do Filho de Deus, mesmo quando acreditava que ele mesmo não era digno disso. “O acolhimento de José convida-nos a receber os outros, sem exclusões, tal como são, reservando uma predileção especial pelos mais frágeis, porque Deus escolhe o que é frágil” (PC, 4).

Reflexão: Quais são os lugares em minha vida e em meu coração em que tenho dificuldade de aceitar minhas próprias fraquezas, pobrezas, e as dos outros? Como o acolhimento da paternidade de São José pode ser um testemunho para mim de aceitação de mim mesmo e dos outros?

São José é um pai criativamente corajoso. Deus confiou a Sagrada Família a José e agiu por meio de sua criativa coragem para guiar e proteger a Sagrada Família. “Tendo chegado a Belém e não encontrando alojamento onde Maria pudesse dar à luz, arranja um estábulo e prepara-o de modo a tornar-se o lugar mais acolhedor possível para o Filho de Deus, que vem ao mundo” (PC, 5).

Reflexão: Como São José pode me ajudar a perceber que o pouco que tenho para oferecer ao Senhor ainda assim tem valor diante dos Seus olhos? Como Deus pode usar do pouco que tenho para oferecer a fim de trazer algo belo ao mundo?

São José como um pai trabalhador. O trabalho é uma forma de participar na obra da salvação. O trabalho de José como carpinteiro forneceu meios para a Sagrada Família subsistir e permanecer oculta em Belém. José ensinou seu trabalho a Jesus. “O trabalho de São José lembra-nos que o próprio Deus feito homem não desdenhou o trabalho” (PC, 6).

Reflexão: Como meu trabalho está colaborando para minha salvação e para a salvação dos outros? O que precisa mudar na vivência do meu trabalho a fim de alcançar uma expressão mais profunda da virtude e do valor do trabalho?

São José é um pai na sombra. A paternidade de São José era uma paternidade escondida que ele teve que aprender a viver. “Não se nasce pai, torna-se tal… E não se torna pai, apenas porque se colocou no mundo um filho, mas porque se cuida responsavelmente dele. Sempre que alguém assume a responsabilidade pela vida de outrem, em certo sentido exercita a paternidade a seu respeito” (PC, 7).

Reflexão: Eu estou disposto a aprender o que significa ser um homem ou uma mulher? Quais obstáculos existem em meu coração que me impedem de estar aberto para a cura que eu preciso em minha masculinidade ou feminilidade?

Na conclusão da Carta Apostólica, Papa Francisco ecoa as palavras de São João Paulo II a respeito do ensinamento sobre o significado esponsal do corpo – quando um homem ou uma mulher fazem de si mesmos um fecundo dom, eles vivem plenamente o próprio significado de seu ser e de sua existência – ao escrever sobre a doação do dom de si mesmo de São José a Maria e Jesus. “A felicidade de José não se situa na lógica do sacrifício de si mesmo, mas na lógica do dom de si mesmo… Toda a verdadeira vocação nasce do dom de si mesmo, que é a maturação do simples sacrifício” (PC, 7).

Durante esse ano de São José, que ele guie nossos corações para vivermos um fecundo dom de nós mesmos em nossas vidas!

_____________

Autor: Jennifer Settle

Fonte: TOB Institute

Traduzido por por Tiago Veronesi Giacone – Membro da Rede de Missão YOUCAT BRASIL, servindo nos Núcleos de Tradução, Formação e Comunicação, além de atualmente participante do Grupo de Estudo YOUFAMILY em Brasília – DF.

Este site utiliza cookies para lhe oferecer uma melhor experiência de navegação. Ao navegar neste site, você concorda com o uso de cookies.