Parte da riqueza da nossa vida sacramental Católica é a sua tangibilidade – ela apela aos nossos sentidos. Elementos naturais como água e fogo são usados nos nossos sacramentos para nos lembrar de intangíveis sagrados.
No entanto, estes símbolos não são coisas que o povo da Igreja inventou – é a forma como Deus tem se revelado desde o começo. Deus usa coisas familiares para nos ajudar a entender seu caminho, verdade e vida. Deus é puro espírito.
Através dos anos, Deus tem usado uma variedade de símbolos para revelar sua proximidade a nós. O Catecismo da Igreja Católica descreve muitos símbolos do Espírito Santo.
Água
Nosso Batismo nos inicia na própria vida de Deus pelo poder do Espírito Santo. Para nós, é realmente um novo nascimento.
Após a invocação do Espírito Santo, [a água] torna-se o sinal sacramental eficaz do novo nascimento. Do mesmo modo que a gestação do nosso primeiro nascimento se operou na água, assim a água batismal significa realmente que o nosso nascimento para a vida divina nos é dado no Espírito Santo. (CIC, 694)
Unção
Ungir com óleo é sinônimo de estar com o Espírito Santo. O Rei Davi foi ungido, e muito depois, Jesus foi chamado de Cristo, que significa aquele que é “ungido” pelo Espírito Santo. Os Cristãos são ungidos também no sacramento da Crisma ou Confirmação.
O simbolismo da unção com óleo é também significativo do Espírito Santo, a ponto de se tomar o seu sinônimo. Na iniciação cristã, ela é o sinal sacramental da Confirmação […]. Mas, para lhe apreender toda a força, temos de voltar à primeira unção realizada pelo Espírito Santo: a de Jesus. (CIC, 695)
Fogo
O fogo simboliza o poder transformador do Espírito. O Catecismo cita exemplos da Escritura, incluindo as palavras de Jesus no dia de Pentecostes.
Aquele Espírito do qual Jesus dirá: «Eu vim lançar fogo sobre a terra e só quero que ele se tenha ateado!» (Lc 12, 49).
É sob a forma de línguas, «uma espécie de línguas de fogo», que o Espírito Santo repousa sobre os discípulos na manhã de Pentecostes e os enche de Si. (CIC, 696)
Nuvem e luz
Diversas manifestações do Espírito Santo no Antigo Testamento aconteceu através de nuvens e luz. No Novo Testamento também tem outras manifestações.
É Ele que desce sobre a Virgem Maria e a cobre «com a sua sombra», para que conceba e dê à luz Jesus. No monte da transfiguração, é Ele que «sobrevém na nuvem que cobriu da sua sombra» Jesus, Moisés e Elias, Pedro, Tiago e João, nuvem da qual se fez ouvir uma voz que dizia: “Este é o meu Filho, o meu Eleito, escutai-O!”» (Lc 9, 35). E, enfim, a mesma nuvem que «esconde Jesus aos olhos» dos discípulos no dia da Ascensão. (CIC, 697)
O selo
No Batismo, na Confirmação e na Ordem, o santo selo na alma acompanha a unção.
Com efeito, foi a Cristo que «Deus marcou com o seu selo» (Jo 6, 27) e é n’Ele que o Pai nos marca também com o seu selo». Porque indica o efeito indelével da unção do Espírito Santo nos sacramentos do Baptismo, da Confirmação e da Ordem, a imagem do selo («sphragis») foi utilizada em certas tradições teológicas para exprimir o «caráter» indelével, impresso por estes três sacramentos, que não podem ser repetidos. (CIC, 698)
A mão
As mãos de Jesus nos lembra de como Deus usa as mãos consagradas dos padres.
É pela imposição das mãos que Jesus cura os doentes e abençoa as crianças. […] Ainda mais: é pela imposição das mãos dos Apóstolos que o Espírito Santo é dado. […] Este sinal da efusão onipotente do Espírito Santo, guarda-o a Igreja nas suas epicleses sacramentais. (CIC, 699)
O dedo
O “dedo” do Espírito escreve a sua lei de formas tanto física quanto espiritual.
Se a Lei de Deus foi escrita em tábuas de pedra «pelo dedo de Deus» (Ex 31, 18), a «carta de Cristo», entregue ao cuidado dos Apóstolos, «é escrita com o Espírito de Deus vivo: não em placas de pedra, mas em placas que são corações de carne» (2 Cor 3, 3). (CIC, 700)
A pomba
Por fim, a arte Cristã frequentemente representa o Espírito Santo como uma pomba branca, baseada na Escritura.
Quando Cristo sobe das águas do seu batismo, o Espírito Santo, sob a forma duma pomba, desce e paira sobre Ele. (CIC, 701)
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Autor: Pat Gohn
Pat Gohn é a coordenadora editorial do Catholic Digest e Today’s Catholic Teacher. Uma autora, ela é também a editora da revista Catechist. Saiba mais sobre seus textos e livros em ParCgohn.com.
Fonte: Catholic Digest
Traduzido por Angela de Oliveira – Membro da Rede de Missão do YOUCAT BRASIL, como Voluntária nos Núcleos de Tradução e Comunicação.