[Parte 1] Fundamentos para Compreender a Ideologia de Gênero

Habitualmente, quando se fala de “gênero” (gender), referimo-nos tanto ao gênero masculino quando ao gênero feminino, assim como existe o sexo masculino e o feminino. Porém, em muitas organizações internacionais, fala-se atualmente de uma noção de “gênero” da qual se evita dar uma clara definição. É neste contexto e neste sentido que surge a tão polêmica e confusa Ideologia de Gênero ou Teoria do Gênero

Nesta série de formações sobre os Fundamentos sobre a Ideologia do Gênero vamos buscar definir os conceitos básicos, a fases da Teoria do Gênero e a justa relação de entendimentos para compreender bem o tema à luz do Magistério da Igreja.

Esta primeira formação abordará dois conceitos simples: sexo e gênero. Palavras simples, mas que se não forem bem definidas tem chances de gerar má compreensões e confusões. Além do mais nem sempre encontramos uma boa definição na internet. 

Sexo e Gênero não são a mesma coisa, contudo possuem uma forte relação entre si. Não é possível compreender um distante do outro. Quando aplicados ao homem, um conceito completa o outro e vice-versa.

Na pessoa humana, o sexo e o gênero – o fundamento biológico e a expressão cultural -, embora não sejam idênticos, tampouco são completamente independentes. (Lexicon – Pontifício Conselho para a Família, p. 455)

Para se compreender a relação entre os dois é preciso compreender de que modo se dá o processo de formação da identidade de homem e mulher. Alguns especialistas sugerem três aspectos de um processo que se entrelaça harmonicamente: sexo biológico, sexo psicológico e sexo social.

  1. O sexo biológico descreve de modo específico a corporeidade de uma pessoa. É o sexo genético, determinado pelos cromossomos XX ou XY. Estas bases biológicas condicionam profundamente todo o organismo;
  2. O sexo psicológico pertence a experiência psíquica da pessoa como homem ou mulher. Trata da consciência de pertencer a um determinado sexo ou não. A primeira fase se dá em torno de 2 ou 3 anos e normalmente coincide com o sexo biológico mas pode sofrer significativas influências da educação e ambiente;
  3. O sexo sociológico é aquele que se confere a uma determinada pessoa, de fora para dentro. É o modo como os outros a percebem. Indicam propriamente o ‘atuar da pessoa’. É um processo histórico-cultural.

O sexo biológico é o que propriamente chamamos de sexo (sex) e o psicológico e sociológico é o que chamamos de gênero (gender). (Lexicon – Pontifício Conselho para a Família, p. 458)

Estes três aspectos não são isolados, ao contrário, integram-se num processo mais amplo: o processo de formação da identidade sexual.

É importante diferenciar identidade sexual (homem ou mulher) de orientação sexual (heterossexualidade, homossexualidade, bissexualidade).

Que conclusão podemos tirar desta primeira parte?

É preciso expressar nossa total liberdade nos limites da nossa natureza humana. A expressão humana se baseia necessariamente na identidade sexual biológica. A cultura se adequa a natureza e não o contrário. A maneira como devemos compreender Gênero e Sexo é diante de um pensamento de que: existe uma profunda unidade entre a dimensão corporal, psíquica e espiritual da pessoa humana. Uma interdependência entre biologia e cultura.

A cultura se adequa a natureza e não o contrário… existe uma profunda unidade entre a dimensão corporal, psíquica e espiritual da pessoa humana. Uma interdependência entre biologia e cultura.

Referência Principal: BURGGRAF, Jutta. “Pontifício Conselho para a Família / Lexicon”. Brasília. Edições CNBB. 2007

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