A história de São Pio de Pietrelcina

Em uma das maiores cerimônias do tipo da história, o Papa João Paulo II canonizou o Padre Pio de Pietrelcina em 16 de junho de 2002. Foi a 45ª cerimônia de canonização no pontificado do Papa João Paulo II. Mais de 300.000 pessoas enfrentaram o calor escaldante enquanto enchiam a Praça de São Pedro e as ruas próximas. Elas ouviram o Santo Padre enaltecer o novo santo por sua oração e caridade. “Esta é a síntese mais concreta do ensino do Padre Pio”, disse o papa. Ele também destacou o testemunho do Padre Pio sobre o poder do sofrimento. Se aceito com amor, sublinhou o Santo Padre, tal sofrimento pode levar a “um caminho privilegiado de santidade”.

Muitas pessoas recorreram ao franciscano capuchinho italiano para interceder junto a Deus em seu favor; entre elas estava o futuro Papa João Paulo II. Em 1962, quando ainda era arcebispo na Polônia, escreveu ao Padre Pio pedindo-lhe que orasse por uma polonesa com câncer na garganta. Em duas semanas, ela foi curada de sua doença fatal.

Nascido Francesco Forgione, Padre Pio cresceu em uma família de agricultores no sul da Itália. Seu pai trabalhou duas vezes em Jamaica, bairro de Nova York, para prover a renda familiar.

Aos 15 anos, Francesco juntou-se aos Capuchinhos e assumiu o nome de Pio. Ele foi ordenado em 1910 e foi convocado durante a Primeira Guerra Mundial. Depois que descobriu que tinha tuberculose, ele foi dispensado. Em 1917, foi designado para o convento de São Giovanni Rotondo, a 75 milhas da cidade de Bari, no mar Adriático.

Em 20 de setembro de 1918, enquanto fazia sua ação de graças após a missa, o Padre Pio teve uma visão de Jesus. Quando a visão terminou, ele tinha os estigmas nas mãos, pés e costelas.

A vida ficou mais complicada depois disso. Médicos, autoridades da Igreja e curiosos vieram ver o Padre Pio. Em 1924, e novamente em 1931, a autenticidade dos estigmas foi questionada; Padre Pio não tinha permissão para celebrar a missa publicamente ou ouvir confissões. Ele não reclamou dessas decisões, que logo foram revertidas. No entanto, ele não escreveu nenhuma carta depois de 1924. Seu único outro escrito, um panfleto sobre a agonia de Jesus, foi feito antes de 1924.

Padre Pio raramente saía do convento depois de receber os estigmas, mas, logo ônibus e ônibus cheios de gente começaram a visitá-lo. Todas as manhãs, após a missa das 5h em uma igreja lotada, ele ouvia confissões até o meio-dia. Ele fazia uma pausa no meio da manhã para abençoar os enfermos e a todos os que vinham vê-lo. Todas as tardes ele também ouvia confissões. Com o tempo, seu ministério confessional passou a ocupar 10 horas por dia; os penitentes tinham que pegar um número para que a situação pudesse ser controlada. Muitos deles disseram que o Padre Pio conhecia detalhes de suas vidas que nunca haviam mencionado.

Padre Pio viu Jesus em todos os enfermos e sofredores. Por insistência dele, um bom hospital foi construído nas proximidades do Monte Gargano. A ideia surgiu em 1940; um comitê começou a coletar dinheiro. As obras foram iniciadas em 1946. A construção do hospital foi uma maravilha técnica devido à dificuldade de se conseguir água e de transportar os materiais de construção. Essa “Casa de Alívio do Sofrimento” possui 350 leitos.

Várias pessoas relataram curas que acreditam ter sido recebidas por intercessão do Padre Pio. Os que assistiam às suas Missas voltavam edificados; vários curiosos ficaram profundamente comovidos. Assim como São Francisco, Padre Pio às vezes tinha seu hábito rasgado ou cortado por caçadores de souvenirs.

Um dos sofrimentos do Padre Pio era que pessoas inescrupulosas várias vezes divulgaram profecias que alegavam ter se originado dele. Ele nunca fez profecias sobre eventos mundiais e nunca deu uma opinião sobre assuntos cuja decisão ele sentia que pertencia às autoridades da Igreja. Ele morreu em 23 de setembro de 1968 e foi beatificado em 1999.

Reflexão

Referindo-se ao Evangelho daquele dia (Mt 11, 25-30) na missa de canonização do Padre Pio em 2002, São João Paulo II disse: “A imagem evangélica do ‘jugo’ evoca as muitas provações que o humilde capuchinho de San Giovanni Rotondo suportou. Hoje contemplamos nele quão doce é o ‘jugo’ de Cristo e, na verdade, quão leves são os fardos sempre que alguém os carrega com amor fiel. A vida e a missão do Padre Pio testemunham que as dificuldades e as dores, se acolhidas com amor, se transformam em um caminho privilegiado de santidade, que abre a pessoa para um bem maior, conhecido apenas pelo Senhor ”.

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Fonte: Franciscan Media 

Traduzido por Angela de Oliveira – Membro da Rede de Missão Campus Fidei.

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