Eu percebi que a castidade não é pra mim. Não me leve a mal, eu sempre tentei e quis ser um bom rapaz. No ensino médio, tive muitas dificuldades com desejos sexuais desordenados; eu não os queria, mas eles eram um desafio para mim. No fim da minha adolescência, eu escutei uma palestra sobre castidade e quis colocar mais em prática, mas não era tão simples como querer ser puro. Na faculdade, eu encontrei a “Teologia do Corpo” de São João Paulo II pela primeira vez, e foi uma grande inspiração e ajuda. Mesmo assim, eu não era o homem íntegro que eu gostaria de ser.
Em algum momento, durante os anos que se seguiram, eu descobri que a castidade não era pra mim. A minha abordagem da castidade era focada no auto-desenvolvimento. Eu queria ser melhor do que alguém guiado por seus desejos, um escravo das minhas paixões. Eu gostaria de ser santo e foquei apenas em mim, em combater meus pecados, conquistando os meus desejos… E eu acho que aí estava o erro..
São Tomás de Aquino define amor como o desejo do bem ao outro. Eu falhei em focar no amor como resposta. A castidade não é para nós, é para o outro. Castidade não é para mim como um programa de auto-ajuda; é necessário estar focado em fazer aquilo que é melhor para os outros – por amor a eles.
Isso significa que, mais que tentar não usar as garotas, eu deveria estar focado em rezar por elas e encorajá-las a serem santas. Isso significa que mais que tentar não ter pensamentos luxuriosos sobre garotas que eu acho atraentes na vida real ou na mídia, eu necessitava vê-las com os olhos de Deus, com amor. Isso significa que mais que tentar parar de fazer mau da minha sexualidade, eu precisava descobrir o dom da sexualidade e o seu poder de me chamar a um amor altruísta, assim como Cristo doou a sua vida por nós.
Aproximando-se do meu décimo aniversário de casamento com uma esposa que é um verdadeiro presente de Deus na minha vida, com duas crianças que são um milagre e que me ensinam o significado de amor a cada dia, e vivendo a minha carreira a serviço de Cristo e da Sua Igreja, eu ainda não tenho todas as questões resolvidas. Eu ainda luto contra as tentações e desejos que eu não quero. No entanto, pela graça de Deus, quanto mais eu deixo de ser auto-centrado e passo a ser focado no outro, mais a “castidade é pra mim”.
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Autor: Anthony Digmann
Marido e pai católico, serve à Igreja como autor, pregador, professor de teologia e produtor de vídeos. Ele é o autor de Sinal de contradição: Contracepção, Planejamento Familiar e Catolicismo. Sua formação inclui um mestrado em Teologia, bacharelado em Ensino Religioso e mídias eletrônicas com especialização em ética.
Fonte: Chastity Project
Traduzido por Maria Augusta Viegas – Membro da Rede de Missão Campus Fidei.