Francisco Javier “Patxi” Bronchalo, padre da diocese espanhola de Getafe, falou sobre quatro profecias feitas pelo papa São Paulo VI em sua encíclica Humanae vitae, publicada em julho de 1968.
Num tuíte publicado em 09/08/22, Bronchalo lembrou que a encíclica foi publicada quando o mundo estava “no início da revolução sexual”.
“O papa foi um profeta com este texto que muitos hoje querem enterrar, talvez porque dói ver como o que ele disse está sendo cumprido”, disse Bronchalo.
1 – Abre caminho à infidelidade
No número 17 da Humanae vitae, o papa escreveu: “Se quiserem refletir nas consequências dos métodos da regulação artificial da natalidade. Considerem, antes de mais, o caminho amplo e fácil que tais métodos abririam à infidelidade conjugal”.
Bronchalo comenta que “vemos facilmente que assim foi. Hoje para muitas pessoas a mudança de parceiro é normal, não veem o matrimônio como um compromisso para sempre e muitos daqueles que querem ser fiéis sofreram ao ver que seus cônjuges não foram”.
No meio de tudo, aparecem “famílias que se separam, crianças e adolescentes que sofrem, surgem sites dedicados a promover a infidelidade como libertação. Que revolução”.
Bronchalo disse que “separar o sexo da abertura à vida gera a mentalidade de que o sexo é um fim em si mesmo, que somos meros corpos que podem ser usados independentemente da fidelidade e do compromisso. Paulo VI estava certo.”
2 – Abre o caminho à degradação moral
No mesmo número 17 da Humanae vitae, São Paulo VI advertia: “Considerem, antes de mais, o caminho amplo e fácil que tais métodos abririam (…) à degradação da moralidade”.
“Se a cultura nos diz que temos que viver o sexo como objetos descartáveis sem que nada importe, a consequência é que ‘vale tudo’. Não importa com quem você dorme, o que você faz e as consequências que existem”, disse o padre.
“Outro santo papa, João Paulo II, costumava dizer que o contrário de amar é usar-se. Certamente, se o sexo é esvaziado do conteúdo do amor (fidelidade, dedicação, abertura à vida), o que resta é ser usado e, portanto, a grande degradação moral de que falava Paulo VI”.
Por isso, disse Bronchalo, hoje essa “cultura é vista em séries, programas de TV, livros. Quantas pessoas queridas ao nosso redor justificam a degradação moral. E quantos outros ficaram presos por esse estilo de vida que promete liberdade?”
3 – A mulher perde dignidade
Na Humanae vitae, o papa São Paulo VI também advertiu: “É ainda de recear que o homem (…) acabe por perder o respeito pela mulher”.
Padre Bronchalo disse que esta é “mais uma profecia cumprida de Paulo VI. Homens que perdem o respeito pelas mulheres, param de se preocupar com seu equilíbrio físico e mental, as veem como meros objetos de prazer”.
“A pornografia vem contribuindo muito para essa visão há décadas”, destacou.
O padre disse que nunca como agora “se falou tanto sobre o respeito pelas mulheres, e nunca ela foi mais denegrida. Mulheres que pensam que têm que fazer coisas degradantes para agradar os homens. Mulheres tomando pílulas todos os dias para que possam fazer sexo para agradá-los.”
Em nossos dias, continuou Bronchalo, podemos ver “mulheres tomando a bomba da pílula abortiva como se fosse aspirina diante de uma possível gravidez. Mulheres abortando empurradas e incentivadas por quem não as entenderão e as acompanharão nas sequelas posteriores”.
“Mulheres que acreditaram nas mentiras do feminismo radical e veem a esponsalidade e a maternidade como seus grandes inimigos e limitadores, que vão contra si mesmas, muitas vezes como uma fuga e consequência dos maus-tratos dos homens”, continuou.
Junto com elas, há também “homens que não são homens, mas covardes, que fingindo gostar delas perderam o respeito, assim como Paulo VI predisse na Humanae Vitae”, disse.
4 – Consequências políticas e demográficas
A encíclica de São Paulo VI também diz: “Uma arma perigosa que se viria a pôr nas mãos de autoridades públicas, pouco preocupadas com exigências morais”.
“Paulo VI estava certo ao ver como autoridades sem escrúpulos morais usariam o controle de natalidade. Hoje vemos isso: poderes públicos do Estado se envolvendo na educação sexual das crianças, justificando que eles têm esse direito acima de seus pais”, explicou o padre.
“Vemos isso nos países ocidentais mais ricos dando ajuda aos necessitados em troca da aprovação das leis de controle de natalidade, da aprovação do aborto. Ajudas condicionais com aparência de solidariedade que nada mais é do que colonização ideológica”.
Bronchalo comentou então que agora muitos países ocidentais vivem “um ‘inverno demográfico’ no qual muitos dos que apoiaram a revolução sexual nos anos 70 vão perceber sozinhos se algum dia faltar dinheiro para pagar suas aposentadorias”.
Depois de lembrar que muitos dentro da Igreja criticaram o papa, o padre destacou os muitos outros que confiaram nele e “viveram em fidelidade e em abertura à vida. Eu conheço muitos. É profundamente injusto dizer que a Humanae vitae não tem valor. Por eles. E pela verdade da sexualidade humana”.
“Vai doer em muitos que queiram enterrar a Humanae Vitae, inclusive em mim. E espero nestas linhas ter demonstrado algumas das profecias cumpridas de Paulo VI”.
“Só posso recomendar que você leia, é curtinha e dá para entender tudo”, concluiu.
Você pode ler a encíclica Humanae Vitae do papa São Paulo VI, aqui.
_____________
Fonte: ACI Digital